O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou nesta segunda-feira (2/8) que a missão de combate norte-americana no Iraque terminará no dia 31 de agosto assim “como prometido e previsto”. “Até o final deste mês vamos ter trazido mais de 90 mil dos nossos soldados de volta para casa”, afirmou durante o discurso na Associação de Veteranos Deficientes em Atlanta, na Geórgia.
Entretanto, conforme foi acordado com o governo iraquiano outros 50 mil soldados permanecerão no país árabe para formar uma força de transição para apoiar as Forças de Segurança iraquianas, número que deve ser reduzido durante o próximo mês. Segundo a Casa Branca, em setembro, haverá 146 mil soldados norte-americanos em campo, responsáveis por treinar os cerca de 665 mil soldados e policiais
iraquianos para conduzir operações contraterrorismo e proporcionar segurança temporária e controle do país, já que a falta segurança é um problema bastante recorrente no Iraque.
De acordo com dados norte-americanos, a violência no Iraque “se encontra quase nos níveis mais baixos dos últimos anos”. Porém, o governo iraquiano divulgou no sábado passado (31/7) números que apontam o mês de julho como o com mais mortes de civis por conta da violência desde maio de 2008.
“Não se enganem. Nosso compromisso no Iraque vai mudar de um esforço militar liderado por nossas tropas a um esforço civil liderado por nossos diplomatas”, disse Obama, que ressaltou que, no entanto, “a crua realidade mostra que ainda não conseguimos enxergar o final do sacrifício americano no Iraque”.
Até agora, desde que Obama assumiu a presidência do país, centenas de bases norte-americanas em território iraquiano já foram fechadas ou entregues. Segundo o presidente, em junho de 2009 as forças americanas ocupavam 357 bases no Iraque, número que caiu atualmente para 121. Espera-se que caia para 94 bases no fim de agosto. As medidas fazem parte do cumprimento de uma de suas promessas de campanha, que inclusive foi fundamental para sua base de apoio da ala liberal do Partido Democrata.
”No final de agosto já terei levado para casa mais de 90 mil soldados”, disse o presidente que ratificou que faz parte da medida um apoio governamental aos soldados que retornarem aos EUA. “O governo vai cuidar de você quando você chegar em casa”, acrescentou.
Os EUA invadiram o Iraque em março de 2003, derrubaram o regime de Saddam Hussein, e enfrentaram uma insurgência que custou a vida de mais de quatro mil soldados americanos, além de mais de 30 mil feridos e de um gasto superior a 736 bilhões de dólares. Até agora, mais de um milhão de americanos participaram da Guerra do Iraque.
Afeganistão
Durante o evento, Obama falou sobre a ocupação norte-americana no Afeganistão que para ele tem registrado “avanços significativos apesar das dificuldades”.
“É importante que os americanos saibam que temos feito progressos e temos objetivos bem definidos e acessíveis. Foi no Afeganistão e nas aldeias tribais, que a Al Qaeda planejou e treinou terrorristas que executaram as 3 mil mortes no dia 11 de setembro”, disse.
De acordo com o presidente norte-americano, boa parte dos equipamentos que não forem entregues às forças iraquianas será despachada para as tropas dos EUA em território afegão, que em julho de 2009 teve o contingente ampliado de 30 mil para 90 mil soldados.
Recentemente, Obama designou como chefe das operações americanas no Afeganistão o general David Petraeus, o estrategista e comandante de uma escalada militar no Iraque em 2007 que conteve a insurgência e preparou o caminho para a retirada das tropas dos EUA.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL