Atualizada em 02/08/2016
Em 3 de agosto de 1778, o teatro lírico de Milão, conhecido como La Scala, apresenta sua primeira ópera: L'Europa Riconosciuta, de Antonio Salieri. As grandes óperas italianas de Rossini, Verdi, Puccini e tantos outros seriam ali criadas.
O Teatro alla Scala (ou La Scala), em Milão, Itália, é uma das mais famosas, se não a mais famosa, casas de ópera do mundo. Foi construído por determinação da imperatriz Maria Teresa da Áustria, para substituir o Teatro Regio Ducale, destruído por um incêndio em 1776, devendo seu nome à igreja de Santa Maria alla Scala que havia antes no local.
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Vista da sala do Teatro alla Scala de Milão
Obra do arquiteto neoclássico Giuseppe Piermarini, foi inaugurado em 3 de agosto de 1778 com a ópera de Salieri e libreto de Mattia Verazi.
La Traviata, de Verdi, interpretada em julho de 2007 no Scala de Milão
Inicialmente, foi apresentada uma série de óperas cômicas napolitanas cujos principais compositores foram Giovanni Paisiello (1740-1816) e Domenico imarosa (1749-1801). Entre as numerosas óperas cita-se La Frascatana (1780), O Barbeiro de Sevilha (1786), Nina, Ossia Pazza per Amore (1804) de Paisiello, l'Italiana in Londra (1780) e Il Matrimonio Segreto (1793) de Cimarosa.
Com o advento de Giacomo Rossini em 1812 (La Pietra del Paragone), o Scala tornou-se o centro do melodrama italiano. O repertório rossiniano até 1825 compreende Il Turco in Italia, La Cenerentola, O Barbeiro de Sevilha, A Dama do Lago, Otelo, Tancredi, Semirâmide, Mosé. Uma nova estação do melodrama ocorre entre 1822 e 1825 com Chiara e Serafina de Gaetano Donizetti (1797-1848) e Il Pirata de Vincenzo Bellini (1801-1835).
Em 1839 a ópera Oberto, Conte di San Bonifacio, inaugura o ciclo de óperas de Giuseppe Verdi (1813-1901). Depois do fracasso de Un Giorno di Regno, em 1842 foi apresentado Nabucco, seu primeiro triunfo, seguido de I Lombardi alla Prima Crociata e Giovanna d'Arco, quando o compositor rompe com o teatro, só retornando em 1869, com A Força do Destino. Em 1872 Verdi estreia Aida, em 1874 rege o seu Requiem, em 1881 compõe Simon Boccanegra. Em 1887 e 1893, o Scala apresenta Otelo e Falstaff, as duas últimas obras primas do maestro com libreto de Arrigo Boito (1842-1918).
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Toscanini assumiu a direção da regência, introduzindo as operas de Richard Wagner e concertos de música sinfônica. Giacomo Puccini (1858-1924) surge em 1885 com Le Villi e depois, Manon Lescaut, Madama Butterfly, La Fanciulla del West. Em 1926, sob Toscanini, Turandot, a ópera definitiva do compositor. Cavalleria Rusticana, em 1891, introduz Pietro Mascagni (1863-1945), seguidas de várias outras (Iris, Parisina, Le Maschere). Apresentam-se também Ruggero Leoncavallo (1857-1919), Francesco Cilea (1866-1950) e Umberto Giordano (1867-1948). Em 1906, Salomè de Richard Strauss é uma reviravolta na música operística e uma abertura aos compositores estrangeiros. Seguem-se Igor Stravinski, Claude Debussy, Ferruccio Busoni, Ildebrando Pizzetti, Riccardo Zandonai, Ottorini Respighi. O novo diretor artístico foi então Tullio Serafin (1878-1968).
Salomè, de Richard Strauss, no Scala de Milão
Em 1943 o Scala sofre grandes danos em virtude de um bombardeio. Reaberto em 11 de maio de 1946 sob a regência de Arturo Toscanini, o teatro retoma a sua glória. Entre os regentes mais famosos destacam-se Wilhelm Fürtwangler, Herbert von Karajan, Dimitri Mitropoulos, Leonard Bernstein, Bruno Walter. Os interpretes, sopranos e tenores, são Maria Callas, Renata Tebaldi, Giuseppe di Stefano, Mario del Monaco, Tito Gobbi, Florenza Cossotto, Franco Corelli, Birgit Nilzzon, e as estrelas do balé, Margot Fonteyn, Serge Lifar, Maja Plissetskaia, Rudolf Nureiev.
E os compositores Serguei Prokofiev, Benjamin Britten, Alban Berg (Wozzeck, 1952), George Gershwin, Francis Poulenc (Dialoghi delle Carmelitane, 1957), Ferruccio Busoni, Arnold Schönberg (Mosè e Aronne, 1961), Dmitri Shostakovitch (Katerina Ismailova, 1964), Luigi Dallapiccola (Volo di Notte, 1963), Kurt Weill (Ascesa e caduta della città di Mahagonny, 1964), Paul Hindemith (Cardillac, 1964), entre outros. Os maestros mais importantes, a partir de 1965, são Giacomo Manzoni, Claudio Abbado e Ricardo Muti.