O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, disse nesta quarta-feira (15/06) que está disposto a renunciar caso sua saída resulte na formação de um governo de coalizão com o principal partido de oposição, o ND (Nova Democracia), que exige sua saída do poder.
Papandreou teve várias conversas nesta quarta-feira com o líder do ND, Antonis Samaras, e ele próprio sugeriu a renúncia para ser substituído por um nome de comum acordo, informaram à Agência Efe em Atenas fontes ligadas ao chefe do Executivo.
Essas declarações foram feitas depois que Samaras afirmar à imprensa grega que, em um governo de coalizão, “Papandreou não poderia ser o primeiro-ministro”.
Papandreou, do PASOK (Movimento Socialista Pan-Helênico, centro-esquerda) chegou ao poder em outubro de 2009 com um mandato de quatro anos e, até agora, negou-se a antecipar as eleições legislativas.
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Quando o primeiro-ministro socialista chegou ao poder, descobriu que o déficit público era mais que o dobro do que o governo do Nova Democracia tinha divulgado,. Em 2009, a dívida havia alcançado 15,4% do PIB.
Para apoiar um governo de coalizão, o ND, de direita, exige a renegociação do acordo feito com a UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) há um ano para que a Grécia recebesse um crédito de 110 bilhões de euros.
Esses contatos entre as duas maiores forças políticas gregas ocorrem num momento crucial, no qual a Grécia se vê obrigada a aprovar um segundo pacote de austeridade, que prevê com significativos cortes de gastos e elevação de impostos, para receber ajuda externa, especialmente um quinto empréstimo de 12 bilhões de euros previsto para julho.
Segundo as fontes ligadas ao premiê, as negociações com a oposição incluem também “mudanças estruturais necessárias, como a reforma da Constituição”.
O restante dos partidos de oposição parlamentar se negaram a colaborar com Papandreou.
Horas antes, por ocasião de uma reunião com o presidente grego, Karolos Papoulias, em Atenas, o primeiro-ministro pediu à oposição “um entendimento nacional” para respaldar o pacote de medidas de austeridade.
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