O presidente Vladimir Putin concedeu a nacionalidade russa a Edward Snowden em decreto publicado nesta segunda-feira (26/09). O ex-empregado da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) é procurado pelos Estados Unidos e estava refugiado na Rússia desde 2013.
Não houve reação imediata por parte de Snowden, cujo nome apareceu sem qualquer comentário do Kremlin numa lista de 72 indivíduos nascidos em outros países, que também receberam a cidadania.
O analista de sistemas de 39 anos é procurado pelos Estados Unidos por ter transmitido à imprensa milhares de documentos da NSA que mostravam vastas operações de vigilância eletrônica nacional e internacional exercida por Washington.
As revelações de espionagem causaram fortes tensões entre os Estados Unidos e seus aliados. A decisão de autoridades russas de conceder direitos de residência permanente para Snowden provocaram a indignação de Washington.
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Presidente Vladimir Putin concedeu a nacionalidade russa a Edward Snowden em decreto publicado nesta segunda-feira (26/09)
Snowden não vai combater
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, precisou à agência russa Ria Novosti que a nacionalidade foi concedida a Snowden respondendo à demanda do interessado.
O advogado russo de Snowden, Anatoli Koutcherena, afirmou que seu cliente não seria afetado pela ordem de mobilização de reservistas para a ofensiva na Ucrânia, decretada por Vladimir Putin, semana passada.
“Ele nunca serviu no Exército russo e, por isso, segundo nossa legislação atual, não entra na categoria de cidadãos convocados”, declarou à agência de notícias.
De acordo com ele, a companheira de Snowden, Lindsay Mills, também pediu a nacionalidade russa.
Snowden, que teve seu passaporte americano retirado por Washington, chegou em Moscou em maio de 2013 após ter passado por Hong Kong, e com a intenção de se refugiar na América Latina. Ele finalmente ficou bloqueado na Rússia, onde obteve asilo.