Dezenas de milhares de partidários da oposição iraniana aproveitavam hoje (18) uma manifestação no centro de Teerã em apoio aos palestinos para protestar contra o regime, causando tensão e um princípio de enfrentamentos contra grupos de apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Abedin Taherkenareh/EFE
Os opositores, que além de bandeiras palestinas portavam distintivos e vestimentas verdes da oposição reformista de Mir Hussein Mousavi, faziam o sinal da vitória e cantavam gritos de guerra contra o governo, superando amplamente o grupo que aderia à manifestação oficial.
“Mentiroso, onde estão seus 64%?”, cantavam os manifestantes pelas ruas do centro de Teerã em alusão à porcentagem de votos obtida por Ahmadinejad nas eleições de 12 de junho, em que foi reeleito vencendo Mousavi.
A polícia vigiava a manifestação, mas não interveio para dispersar aos opositores, que protestavam contra o que consideram uma fraude nas eleições de junho, que deram a vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Isso até um pequeno grupo de voluntários das milícias islâmicas “Basij” e partidários de Ahmadinejad tentaram, sem sucesso, impedir a passagem dos seguidores de Mousavi nas proximidades da avenida Keshavarz, onde a tropa de choque da polícia teve que usar gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Os manifestantes usavam uma analogia ao slogan oficial da passeata (“Morte a Israel”) e gritavam “Morte à Rússia”, em referência ao apoio do governo de Moscou a Ahmadinejad, além de “Morte ao ditador”. O mesmo coro continuou ao redor da Universidade de Teerã, onde o aiatolá Ahmad Khatami ia pronunciar o sermão semanal.
Durante o percurso os reformistas e opositores ao governo de Ahmadinejad encontraram com o aspirante presidencial derrotado Mehdi Karrubi, rodeado por seus guarda-costas.
Hoje, a última sexta-feira do ramadã (jejum muçulmano), é marcada no calendário iraniano como “Dia de Al Quds” (Jerusalém), quando todos ano os iranianos participam de uma manifestação de apoio aos palestinos antes de acudir ao sermão de sexta-feira.
Holocausto
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a negar hoje a existência do Holocausto judeu e disse que o mundo inteiro tem a “obrigação” de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
O presidente iraniano pediu às nações do mundo, e em particular às da região, a se levantar contra Israel, porque sua simples existência as “coloca em perigo”, e disse que conter o Estado judeu é um “princípio humanitário”.
“O regime sionista é um símbolo de mentiras e decepção, que se baseia em atitudes colonialistas”, acrescentou Ahmadinejad no discurso antes do sermão semanal da sexta-feira, segundo o canal de televisão “Press TV”.
“Se o Holocausto, como eles dizem, é verdade, por que não oferecem provas?”, perguntou.
NULL
NULL
NULL