Durante seu discurso no Fórum XXVII Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin elogiou a gestão de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, por sua sigla em inglês), também conhecido como Banco do BRICS.
A ex-presidente brasileira assumiu o comando da instituição há 14 meses, em abril de 2023. Seu primeiro ano de gestão foi também o mais lucrativo do banco desde a sua fundação, em 2015.
Em sua declaração como anfitrião do evento em São Petersburgo, Putin destacou que “os números (da gestão de Dilma) me deixam muito feliz, pois mostram que temos uma oportunidade de continuar nosso processo de transformação”.
“Este ano, o NDB conseguiu avançar com muitos projetos sob a sua liderança (de Dilma Rousseff). Pela primeira vez, a entidade mostrou um lucro líquido significativo e está se recuperando”, acrescentou Putin.
No dia anterior, Dilma e Putin tiveram uma reunião bilateral, também no âmbito do Fórum de São Petersburgo.
Após esse encontro, a ex-mandatária brasileira realizou seu discurso dentro do evento, o qual enfatizou que o Banco do BRICS foi “feito por e para os países do Sul Global, e entre suas características importantes está o fato de que não impomos condicionalidades aos nossos membros”.
![](https://controle.operamundi.uol.com.br/wp-content/uploads/2024/06/putin.jpg)
Dilma Rousseff e Vladimir Putin tiveram uma reunião bilateral durante o Fórum Econômico de São Petersburgo
“Os países do chamado Norte Global têm sido incapazes de fornecer soluções para os graves problemas que a humanidade enfrenta”, declarou Dilma, para, em seguida, assegurar que o NDB tem como missão “compensar justamente essa ausência de investimentos necessários” aos países em desenvolvimento.
Outro ponto importante do discurso de Dilma foi a menção ao “compromisso do NDB em desenvolver toda uma associação em moedas locais e tornar visível algo que é muito grave para os países que não emitem moedas fortes, que é o fato de sofrerem as consequências das variações nas taxas de juro e nas taxas de câmbio”, comentou Dilma.
O fortalecimento de sistemas como esse, que favorecem a desdolarização das relações comerciais, também é um objetivo declarado do governo russo, devido às dezenas de sanções aplicadas pelos Estados Unidos e seus aliados contra o país.
O NDB foi criado em 2015 pelos cinco países que eram membros do bloco naquele então: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Curiosamente, Dilma era a presidente do Brasil naquele então, razão pela qual pode ser considerada como uma das “fundadoras” da instituição que ela atualmente preside.
Além dos cinco membros originais, o NDB também é composto pelos cinco países que ingressaram ao BRICS este ano: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã; além de Bangladesh e Uruguai, que não foram parte do BRICS, mas que estão listados como membros potenciais do banco, embora sujeitos ao cumprimento de requisitos para serem membros plenos.