O Senado norte-americano aprovou nesta sexta-feira (27/09) um novo orçamento para manter os gastos do governo nos níveis existentes entre 1º de outubro e 15 de novembro, sem modificações na legislação atual. A medida, se passar pela Câmara dos Representantes, impedirá o fechamento da administração por falta de fundos na próxima terça-feira (01/10).
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Agora, a Câmara deve se reunir neste fim de semana para decidir sobre o projeto do Senado e o temor é que os representantes incluam itens controversos no orçamento de emergência, como negar fundos pelo prazo de um ano para o Obamacare – programa de reforma de saúde considerado a maior vitória da administração do democrata Barack Obama.
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Na última sexta-feira (20), a Câmara, com maioria republicana, já havia aprovado um plano de fundos para o governo até dezembro, cortando, em troca, os gastos do programa. Entretanto, como o Senado tem maioria democrata, a expectativa era que a medida não fosse aprovada, provocando o fechamento do governo por falta de fundos no dia 1º, sem que os dois grandes partidos norte-americanos chegassem a um acordo sobre o orçamento.
“A única coisa que podemos dizer com certeza é que, se os republicanos da Câmara modificarem o projeto do Senado com qualquer política limitadora do Obamacare, haverá, muito provavelmente, uma paralisação [do governo] na terça-feira”, afirmou Chris Krueger, da empresa de aconselhamento a investidores Guggenheim Securities, ao jornal Financial Times.
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Mesmo se o orçamento de emergência for aprovado e não houver fechamento do governo, os problemas com fundos devem continuar nos Estados Unidos e, principalmente, no Congresso. O Tesouro norte-americano diz que, no dia 17 de outubro, estará perto de ficar sem dinheiro para pagar suas contas, a menos que o Congresso vote a favor de novos empréstimos.
Harry Reid, o líder da maioria democrata do Senado, culpa os “anarquistas da modernidade” do Tea Party (movimento político conservador) por criar uma crise ao exigir do presidente Obama que corte os fundos do seu próprio programa de saúde, criado em 2010. “Nós pulamos de crise em crise, deixando um rastro de destruição atrás de nós”, afirmou.
Hoje, 25 republicanos votaram com os democratas para tentar evitar o fechamento do governo por falta de dinheiro, enquanto 19, liderados por Ted Cruz, do Texas, foram contra o projeto. A cisão do Partido Republicano no Senado pode ajudar os moderados da Câmara dos Representantes que estão pedindo ao partido para recuar de sua ameaça de paralisar o governo se o Obamacare não for bloqueado.
O presidente da Câmara, John Boehner, tem incitado seus colegas a focar na possibilidade de aumentar o limite de endividamento do Estado no meio de outubro, em vez de se concentrarem na luta sobre o orçamento. Entretanto, nesta manhã, muitos parlamentares continuavam intransigentes quanto a acrescentar medidas de bloqueio ao Obamacare no projeto do Senado.