O Exército Vermelho, sob o comando do general Georgi Zhukov, lança em 21 de novembro de 1942 a Operação Urano, a grande contra-ofensiva soviética que mudou a maré na Batalha de Stalingrado.
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Exército Vermelho começa reação contra ofensiva nazista na cidade conhecida atualmente como Volvogrado
Em 22 de junho de 1941, a despeito dos termos do Pacto Molotov-Ribbentrop de 1939, a Alemanha nazista lançou uma maciça invasão contra a União Soviética. Ajudado pela sua força aérea amplamente superior, o exército alemão investiu celeremente através das planícies russas, infligindo terríveis baixas ao Exército Vermelho e à população soviética. Com o auxílio de tropas de seus aliados do Eixo, os germânicos conquistaram vasto território e, em meados de outubro, as grandes cidades russas de Leningrado e Moscou já estavam em estado de sítio. No entanto, os soviéticos resistiram e, com a chegada do inverno, forçaram a ofensiva alemã a uma pausa.
Para a ofensiva do verão de 1942, Adolf Hitler ordenou que o 6º Exército, sob o comando do general Friedrich Von Paulus, tomasse Stalingrado no sul, um centro industrial e obstáculo ao controle nazista das preciosas jazidas de petróleo do Cáucaso. Em agosto, o 6º Exército teutônico logrou avanços através do rio Volga enquanto o 4º Esquadrão aéreo da Luftwaffe reduzia Stalingrado (atual Volvogrado) a um amontoado de escombros fumegantes, matando mais de 40 mil civis.
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Posição defensiva soviética, durante o rigoroso inverno de 1942
No começo de setembro o general Von Paulus ordenou as primeiras ofensivas diretamente à cidade, estimando que, no espaço de dez dias, ela estaria capturada. Começaram então as mais terríveis, acirradas e heroicas batalhas da Segunda Guerra Mundial e, certamente a mais importante, porquanto se transformou no ponto de inflexão da guerra entre a Alemanha e a União Soviética.
Na tentativa de tomar Stalingrado, o 6º Exército alemão defrontou-se com o general Vasily Zhukov que comandava um implacável e encarniçado Exército Vermelho. Este se valeu das ruínas da cidade como vantagem, transformando os edifícios destruídos e os escombros em fortificações defensivas naturais. Empregando um método de combate que os alemães classificaram de Rattenkrieg ou “Guerra de Ratos”, as tropas soviéticas, divididas em esquadrões de 8 ou 10 homens, lutaram em casa por casa e por cada centímetro de terreno.
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O marechal Von Paulus, ao centro, após a rendição
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O líder soviético Joseph Stalin estava determinado a libertar a cidade que carregava seu nome e, em novembro, ordenou o envio de substanciais reforços. Em 19 de novembro, Zhukov lançou uma grande contra-ofensiva por fora do raio de Stalingrado. O comando alemão subestimou a escala do contra-ataque e o 6º Exército foi rapidamente suplantado pela ação, que envolveu 500 mil soldados soviéticos, 900 tanques e 1.400 aviões. Em três dias, toda a força germânica de mais de 200 mil homens estava cercada.
As tropas romenas e italianas se renderam, mas as alemãs resistiram, mesmo recebendo suprimentos limitados por ar e aguardando reforços. Hitler ordenou a Von Paulus que não recuasse, promovendo-o a marechal de campo – alegando que um marechal alemão jamais se rendeu.
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Infantaria alemã, com o auxílio de um blindado StuG III, ataca perímetro da cidade
Mas o implacável Exército Vermelho, além da falta de suprimentos, agravada pelo rigor do inverno, cobraram muitas vidas. De modo que, em 21 de janeiro de 1943, o último dos aeroportos ainda controlado pelos alemães, caísse, cortando completamente a chegada dos suprimentos. Em 31 de janeiro, Von Paulus capitula e, em 2 de fevereiro, o restante das tropas germânicas – apenas 90 mil tinham sobrevivido – se rende.
A Batalha de Stalingrado mudou a maré de toda a Segunda Guerra Mundial. O general Zhukov conduziu mais tarde o avanço soviético sobre Berlim. O general Von Paulus, após ter sido libertado pelos soviéticos em 1953, fixou residência na Alemanha Oriental.
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A cidade de Stalingrado em ruínas, após batalha decisiva
Também nesta data:
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