Em meio a protestos que vêm acontecendo desde o começo do mês, a cidade de Yulin está se preparando para realizar o festival anual de carne de cachorro, que dura dez dias e terá início nesta terça-feira (21/06). Comerciantes já começaram a vender os animais que serão consumidos durante o evento.
Apesar de ser conhecido como um festival de carne de cachorro, gatos também são mortos e consumidos pelos frequentadores do evento. Estima-se que entre 10 mil e 15 mil cães e gatos são sacrificados anualmente durante o festival, apesar das tentativas de ativistas de resgatá-los. A ONG Humane Society International (HSI) diz ter resgatado quase 80 animais somente neste mês.
(1/2) BREAKING: HSI along with our partner group activists, at CAPP, have rescued an additional 20 dogs from Yulin! pic.twitter.com/83yWf9l4DU
— Humane Society Int'l (@HSIGlobal) 20 de junho de 2016
Nos últimos anos, os ativistas também passaram a entrar em conflito com comerciantes, de modo que alguns restaurantes especializados em carne de cachorro cobrem seus cartazes de publicidade para evitar problemas.
O festival gera controvérsia não só pela prática de comer estes animais, que ocorre em alguns países asiáticos como China e Coreia do Sul, mas por sua procedência: segundo um estudo da Fundação de Animais da Ásia de 2015, a maioria dos cachorros que acabam sendo servidos são animais de estimação roubados ou de rua.
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Inaugurado em 2009, o festival de Yulin não conta com o apoio ou a autorização do governo chinês. O evento poderia inclusive ser proibido, de acordo com a legislação do país, que não permite o transporte em massa de animais vivos sem um período de quarentena prévia por questões de saúde.
Uma petição assinada por 11 milhões de pessoas já chegou a ser enviada ao presidente chinês, Xi Jingping, pedindo o fim do festival. Além disso, uma pesquisa realizada pela agência estatal Xinhua, maior do país, apontou que 64% dos entrevistados apoiariam uma lei que banisse o evento.
Agência Efe
Comerciantes já começaram a vender cães que serão consumidos durante festival de Yulin
“O cumprimento da lei é responsabilidade do governo chinês, mas até agora foi ignorado. Por isso ativistas chineses vão até as estradas para deter os caminhões de cachorros adquiridos de maneira ilegal”, explicou à Agência Efe a diretora da HSI, Wendy Higgins.
Neste ano, as autoridades fizeram controles nas vias de acesso ao município e disseram que irão se esforçar para encerrar o festival “o mais cedo possível”, mas não especificaram um prazo. Os ativistas reivindicam, entretanto, “uma ordem para acabar de maneira definitiva com a prática”.