O Clube Hebraica do Rio de Janeiro convidou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência da República, para uma palestra no local. O convite vem após a Hebraica de São Paulo suspender um encontro semelhante na segunda-feira (27/02).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente da seção fluminense do clube, Luiz Mairovitch, disse acreditar que a Hebraica de SP se “precipitou” ao retirar o convite. Mairovitch também chamou Bolsonaro de “nome muito forte e querido”, afirmando que ele próprio “tem simpatia, sim”.
Em São Paulo, a suspensão da palestra – que seria feita com a justificativa de ouvir os pré-candidatos à presidência – veio após um abaixo-assinado de membros do clube. Uma petição na internet reuniu cerca de 4.000 assinaturas contra a presença do parlamentar no clube.
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Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Após ter palestra suspensa pela Hebraica de SP, Bolsonaro foi convidado pela seção do Rio
“Foi a manifestação de todos e todas contrários a possibilidade de dar palanque ao Bolsonaro através deste abaixo-assinado e pelas redes sociais que fez com que o clube voltasse atrás”, escreveu Mauro Nadvorny, autor da petição.
As posições do Bolsonaro levaram ao protesto contra o evento. “Ele representa a extrema direita brasileira e em todas oportunidades em que lhe é permitido falar, explora e ataca as minorias entre as quais, nós judeus, nos encontramos”, justificou Nadvorny. “Ele é homofóbico, misógino, racista e antissemita por natureza e convicção. Idolatra a extrema direita neonazista e admira os torturadores da ditadura militar, a qual enaltece em todas as oportunidades.”
O rabino Michel Schlesinger apoiou o cancelamento. “O judaísmo tem tradição de debate. Mas a liberdade de expressão não pode servir de plataforma para a propagação de ideologia discriminatória e apologética à ditadura”, disse à Folha.