O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira (24/04) um projeto de lei que prevê o repasse de US$ 95 bilhões em ajuda militar para seus aliados: Israel, Ucrânia e Taiwan. Além disso, a medida inclui uma cláusula que forçaria a plataforma TikTok, controlada pela empresa chinesa ByteDance, a ser vendida por um dono de confiança norte-americano ou banida do país
Em relação ao fornecimento de recursos às nações aliadas, o mandatário norte-americano explicou que o objetivo é dar “apoio vital aos parceiros dos Estados Unidos para que eles possam se defender de ameaças à sua soberania”.
O projeto consiste em US$ 61 bilhões a Kiev e US$ 26 bilhões a Tel Aviv, além de um bilhão destinado à assistência humanitária na Faixa de Gaza e oito bilhões para combater as forças militares da China.
Segundo o jornal israelense The Times of Israel, o avanço do projeto é uma “rara vitória bipartidária” para o democrata, que tenta buscar a reeleição na corrida presidencial de 2024, e enfrenta uma série de disputas internas com os republicanos no Congresso.
Em relação aos repasses a Kiev, Biden garantiu que o envio começará nas “próximas horas” e permitirá capacidades de defesa aérea, tiros de artilharia, veículos blindados e outras armas para reforçar as forças ucranianas na guerra contra a Rússia.
Já no caso de Israel, Biden afirmou que o projeto de lei ajudará a reabastecer a defesa aérea de Tel Aviv, nação que segue atacando os palestinos na Faixa de Gaza após sete meses de guerra.
Possível banimento do TikTok nos EUA
Dentro da medida, está uma cláusula que dá um prazo de nove meses à plataforma TikTok, gerida pela empresa chinesa ByteDance, sediada em Pequim, para vendê-la a um órgão de confiança norte-americano. Caso contrário, o aplicativo seria banido nos Estados Unidos.
Segundo a agência AP, Biden pode conceder uma prorrogação única de 90 dias, elevando o prazo de venda para um ano, se certificar que há um caminho para o desinvestimento e “progresso significativo” para executá-lo.
A mobilização ocorre em meio à preocupação norte-americana, que alega que o TikTok estaria supostamente coletando dados confidenciais da população norte-americana.
De acordo com o governo, a prática representa um risco à segurança nacional, uma vez que o país asiático poderia estar utilizando dados de mais de 170 milhões de usuários norte-americanos para “atividades de espionagem”.
Ao rechaçar a acusação, o TikTok considerou a conduta dos Estados Unidos como um esforço “inconstitucional” do Congresso.
“Acreditamos que os fatos e a lei estão claramente do nosso lado e, em última análise, prevaleceremos”, rebateu a empresa, por meio de comunicado.
“O fato é que investimos bilhões de dólares para manter os dados dos Estados Unidos seguros, assim como nossa plataforma livre de influência e manipulação externa. Essa proibição devastaria sete milhões de empresas e silenciaria 170 milhões de norte-americanos”, justificou o TikTok.