A Revolução Russa de 1917 inaugurou o primeiro estado socialista do mundo, provocando uma revolução global contra o capitalismo e o imperialismo, e declarando abertamente sua oposição ao colonialismo, ao racismo e à exploração.
Durante a Revolução e nos anos posteriores que consolidaram a União Soviética, a figura da mulher foi amplamente utilizada em cartazes de propaganda. O “agitprop”, termo cunhado pela abreviação das palavras agitação e propaganda, foi utilizado como ferramenta de divulgação dos ideais marxistas-leninistas a operários e trabalhadores, muitas vezes tendo a mulher como protagonista.
Veja a seguir alguns dos principais cartazes de divulgação dos ideais revolucionários:
“Trabalhadoras, peguem os rifles” (1917)
A autoria do cartaz é atribuída a Lev Brodarty (1889 – 1954). Artista gráfico e ilustrador, estudou na Academia de Belas Artes, na Polônia. Além de imagens de divulgação dos ideais da Revolução, desenhou caricaturas para o jornal Pravda e outras publicações da época, além de ilustrações para livros.
“Mulher libertada, construa o socialismo!” (1926)
O cartaz de Adolf Iosifovich Strahov-Bratislavsky (1896 – 1979) mostra a influência de correntes artísticas no material de propaganda soviética, como neste caso nas sombras e formas geométricas, refletindo os movimentos de vanguarda da arte do século 20.
“Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é o dia de julgamento da concorrência socialista” (1930)
A artista russa Valentina Kulagina (1902 – 1987) produziu cartazes e materiais de propaganda em colaboração com seu marido, Gustav Klutsis, também artista, que conheceu na escola Vkhutemas em 1920.
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“Dia Internacional da Mulher Trabalhadora – é o dia de luta do proletariado” (1931)
Também produzido por Valentina Kulagina que, combinando técnicas de pintura com fotografias e outros elementos gráficos, foi uma das figuras centrais do Construtivismo no início do século 20, ao lado de El Lissitzky, Alexander Rodchenko e o própio marido, Gustav Klutsis.
“Fascismo – o inimigo mais cruel das mulheres” (1941)
Produzido por Nina Vatolina (1915 – 2002). A artista estudou no Instituto de Moscou (1937 – 1942), especializando-se em pintura, principalmente de retratos. No aguge da sua carreira, nos anos 60, decidiu mudar de direção e seguir carreira na literatura, tendo sido publicada pela editora “Soviet Artist”. Casou-se com o artista Max Avadevich Birstein.
“Mãe pátria” (1941)
Irakli Moissejewitsch Toidze (1902 – 1985) foi um pintor georgiano e artista gráfico. Neste cartaz, faz referência à proposta de que o serviço militar obrigatório abrangesse as mulheres, que surgiu após o lançamento da Operação Barbarossa de invasão da União Soviética por tropas nazistas em 22 de junho de 1941. Filho do artista georgiano Moses Toidze, o autor criou uma série de cartazes de propaganda durante a Segunda Guerra Mundial e ganhou o Prêmio Stalin em diversas ocasiões durante os anos 1940 por suas ilustrações.
“Solidariedade – não ao fascismo” (1975)
Cartaz produzido pelo artista soviético Viktor Koretsky (1909 – 1998), em que mostra uma mulher com um lenço vermelho. Viktor Koretsky também fazia parte da Brigada KGK3, coletivo composto por ele, Vera Gitsevich e Boris Knoblok. Estudou na Escola de Artes Ilustrativas de Moscou, onde teve influência dos Construtivistas; seu interesse na arte do pôster do agit-prop originou-se de seu fascínio com as fotomontagens de John Heartfield (nome artístico do pintor alemão Helmut Herzfeld).
“Se não eu e você, então quem?” (1987)
Tarasova Ljudmila Semenovna nasceu em 1937 em Moscou. Após estudar no Colégio de Arquitetura de Moscou, concluiu seus estudos na Universidade Estatal Stroganov de Artes e Indústria.