Uma comissão do governo da Venezuela apresentou nesta quinta-feira (08/06) a membros do Parlasul (Parlamento do Mercosul) um relatório sobre casos de violência política no país provocados nos últimos anos por “grupos violentos estimulados por setores da oposição”, segundo Caracas.
A Comissão Nacional da Verdade, Justiça, Atenção às Vítimas e a Paz se reuniu com os parlamentares em visita à capital venezuelana na Casa Amarela, sede do Ministério de Relações Exteriores, em encontro liderado por Delcy Rodríguez, chanceler e integrante da comissão.
“Entregamos um relatório detalhado das vítimas da violência opositora e mostramos a irresponsabilidade do agir de uma dirigência opositora em desconhecimento dos direitos do povo”, disse Rodríguez após a reunião.
Segundo a chanceler, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vem tentando promover o diálogo no país, sem sucesso pela recusa da oposição. Ela condenou os episódios de violência recentes, que deixaram 67 mortos desde o fim de março em meio a protestos contra e a favor do governo.
“Fazemos um chamado a esta dirigência que atue com responsabilidade, que deixe de mentir e principalmente que deixe de utilizar nossos jovens, nossas crianças neste plano perverso e macabro com o único objetivo de derrubar um governo constitucional”, disse Rodríguez.
Sobre os casos descritos no relatório, a chanceler disse ainda ser necessário “que se faça justiça em cada um destes casos e que se faça um chamado à comunidade internacional para que de forma construtiva possa contribuir com a condenação da violência e a manifestação violenta que a oposição tomou como caminho”.
Agência Efe
Manifestantes durante protesto em Caracas; 67 pessoas morreram em atos violentos em manifestações desde o fim de março
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Além do relatório, a chanceler também entregou à comissão do Parlasul o Plano Nacional de Direitos Humanos 2016-2019, aprovado por Maduro e que será a base para a proteção dos direitos fundamentais da população pelo Estado venezuelano nos próximos dois anos.
Segundo dados divulgados pelo Ministério Público venezuelano na quinta-feira (08/06), há 1.631 investigações em curso acerca dos atos violentos em protestos a favor e contra Maduro: 1.307 por pessoas feridas e as demais por danos à propriedade pública e à propriedade privada.
Em 69 dias desde que as manifestações se intensificaram, 67 pessoas morreram em episódios violentos. Até o momento, a Promotoria deu os detalhes de 66 dessas mortes, a última delas de um jovem de 17 anos morto na quarta-feira (07/06) por um grupo de manifestantes encapuzados.
A comissão do Parlasul também se reuniu na Assembleia Nacional, em Caracas, com organizações ligadas à oposição e associações civis como o Comitê de Vítimas da Guarimba e a Associação de Vítimas do Golpe de Abril.