O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela realiza neste domingo (16/07) o ensaio eleitoral para o pleito que elegerá a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), programado para o dia 30 de julho. Ao mesmo tempo, a oposição, liderada pela coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), realiza seu “plebiscito”, convocado à revelia do órgão eleitoral, questionando a ANC e o governo de Nicolás Maduro.
Para o ensaio eleitoral oficial, Tania D’Amelio, reitora do CNE, explicou que, nos 335 municípios do país, estarão dispostos 2.000 centros de votação, no qual os eleitores venezuelanos poderão conhecer o processo de votação para a ANC e o órgão eleitoral poderá testar o sistema, como sempre faz antes de eleições na Venezuela.
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“Durante o simulacro de 16 de julho se realizarão os testes internos da plataforma tecnológica e do sistema automatizado de votação”, disse D’Amelio. A intenção é verificar “o correto funcionamento da rede de transmissão de dados e dos centros nacionais de computação, assim como a infraestrutura tecnológica dos centros de suporte” ao pleito, afirmou.
Segundo Tibisay Lucena, presidente do CNE, será a primeira vez que não serão utilizadas cédulas eleitorais – a eleição da ANC será feita por meio de urnas eletrônicas, onde serão identificados os 5.500 candidatos territoriais e setoriais à Constituinte.
Agência Efe
Votação na consulta opositora, em Caracas; 'plebiscito' contra ANC acontece sem aval de órgão eleitoral venezuelano
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu que a população participe de maneira “pacífica” do ensaio eleitoral para a ANC. “Eu chamo a todos os venezuelanos de bem para participar do processo de simulacro eleitoral, como sempre tem sido feito, para ver como funcionam as máquinas de reconhecimento de impressão digital, para ver quais são os candidatos e se informar melhor”, afirmou neste sábado (15/07).
Oposição realiza ‘plebiscito’ sem aval da CNE sobre Constituinte
Já a oposição venezuelana realiza hoje o “plebiscito” sobre a ANC, iniciativa considerada inconstitucional por autoridades governistas e realizada à revelia do CNE.
A consulta popular informal foi convocada pela maioria opositora na Assembleia Nacional, que se encontra em desacato, segundo determinado pelo TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela, o que significa que suas ações são nulas.
Além disso, a consulta acontece sem o monitoramento da autoridade eleitoral venezuelana e sem um sistema de votação antifraudes – será possível votar mais de uma vez, por exemplo, já que não há um controle sistematizado do pleito.
De tal modo, a oposição passa por cima da decisão do TSJ que estabeleceu que não é necessário realizar um referendo para ativar a Constituinte, como exigiam os críticos à convocação feita por Maduro no fim de março.
Ainda assim, os centros de votação da oposição na Venezuela abriram neste domingo às 7h locais (8h de Brasília), e alguns até minutos antes, segundo a Agência Efe.
Os participantes da consulta opositora deverão responder se estão ou não de acordo com o processo constituinte proposto por Maduro e se são favoráveis à instauração de um governo de transição.
No sábado (15/07), o presidente venezuelano se referiu à votação da oposição como uma “consulta interna” entre os partidos da “direita”, durante discurso na televisão em que pediu para os cidadãos participarem do simulacro das eleições da Constituinte.
“Cada partido político pode convocar suas consultas internas quando quiser”, afirmou, ressalvando que “convocaram uma consulta interna dos partidos da oposição com os seus próprios mecanismos, sem cadernos eleitorais, sem auditorias”.
*Com Agência Efe