Em 18 de abril de 1949, cerca de três semanas após ter se declarado uma República, a Irlanda deixa o Commonwealth. Todas as funções internacionais e diplomáticas, antes sob controle da coroa britânica, agora passavam para o presidente irlandês. Ao adotar a República, os irlandeses eliminavam automaticamente a qualidade como membro da associação, uma regra que foi mudada no ano seguinte para que o grupo mantivesse a Índia como país-membro. No entanto, ao deixar a associação, a Irlanda optou por não mais voltar ao bloco político e econômico das ex-colônias do Império Britânico, embora mantivesse alguns privilégios e exceções.
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A República da Irlanda já havia declarado sua independência do Reino Unido em 1919 – 118 anos após ter sido conquistado – com legislatura (“Dáil Éireann”), governo (“Aireacht”), sistema penal e força policial próprios. É a mesma época em que membros do IRA (sigla para Exército Republicano Irlandês) lutaram contra forças britânicas na guerra de independência.
O acordo de paz foi assinado em 1921 e no fim do ano seguinte é criado o Estado Livre da Irlanda, ainda sob domínio britânico. Seguindo os termos do acordo, seis dos 32 condados que decidiram se retirar do novo domínio voltaram ao Reino Unido, resultando na divisão entre a Irlanda do Norte e seu vizinho do sul.
Desde sua fundação, o Estado Livre da Irlanda foi palco de guerra civil entre nacionalistas, que apoiavam o tratado com a coroa britânica, e oposicionistas, que desejavam a república. O primeiro lado, organizado elo partido “Cumann na nGaedheal” (ou “Sociedade dos Gaélicos”) se manteve vitorioso, vencendo eleições até 1932, quando pacificamente entregaram o poder ao grupo conservador Fianna Fáil quando essa venceu as eleições. Éamons de Valera [foto à esquerda], líder da luta independentista e fundador do Fianna Fáil, se torna primeiro-ministro em 1932 e cinco anos depois muda o nome do país para Eire, como símbolo de uma identidade totalmente separada da britânica.
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Tanto a nova Constituição de 1937, que removeu muitos vínculos que ainda permaneciam do acordo de paz, quanto a escolha de neutralidade do país na II Guerra Mundial demonstraram sua independência em relação ao reino de Elizabeth II, efetivada com o Ato de 1949.
Em 1955, o país entra na ONU (Organização das Nações Unidas), após repetidos vetos da União Soviética. Depois de enfrentar vetos da França, também conseguiu entrar na então CEE (Comunidade Econômica Europeia) em 1973, hoje União Europeia. Essa participação segue a linha adotada no fim dos anos 1950 de substituir subsídios e tarifas protecionistas implantados pelo governo do Fianna Fáil para o livre comércio livre e incentivos a investimentos externos. Depois disso, o país viveu o boom econômico, chegando a ser conhecido como o “Tigre Celta” nos anos 1990 e 2000, com alto PIB (Produto Interno Bruto) e passando a receber muitos imigrantes.
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Cerimônia de entrada da Irlanda na CEE, ao lado de Reino Unido e Dinamarca, em 1973
Da década de 1930 até 1998, a República da Irlanda constitucionalmente considerava o vizinho do norte parte do território nacional, mas também utilizava suas forças de segurança contra os ataques em favor da unificação forçadas idealizada pelo IRA. Depois de algumas tentativas de acordos, um referendo popular retirou essa condição da Constituição, e o país passou a oferecer cidadania irlandesa a qualquer habitante da ilha que assim desejar.
Também nessa data:
1904 – Jean Jaurès funda o jornal socialista L'Humanité
1915 – Alemães abatem avião pilotado por Roland Garros
1955 – É inaugurada na Indonésia a 1ª Conferência de Bandung, reunindo países não alinhados
1974 – Brigadas Vermelhas aterrorizam Itália; procurador Mario Sossi é sequestrado
1989 – Chineses iniciam onda de protestos contra o governo