Em 12 de maio de 1926, em Varsovia, o marechal Joszef Pilsudski derruba o governo democrático da jovem Polônia, muito instável para o seu gosto.Acumulando as funções de chefe de Estado, primeiro-ministro e ministro da Guerra, Joszef estabeleceu o poder até sua morte, nove anos mais tarde, em 12 de maio de 1935.
Ele, filho da nobreza lituana, comandara uma brigada polonesa no seio do exército austro-húngaro no começo da Primeira Guerra Mundial. Após ter combatido os russos, tomou o partido dos Aliados, favoráveis ao nascimento de uma Polônia independente – o país foi despedaçada pela Rússia, Áustria e Prússia por mais de um século.
Internado pelos austríacos em Magdeburgo, Pilsudski foi libertado após a derrota das Potências Centrais, o que lhe permitiu proclamar a República em Varsóvia em 11 de novembro de 1918. O fato o confirmou como chefe de Estado pela Dieta Constituinte. Ele se tornara bastante popular por fazer o Exército Vermelho recuar, às portas de Varsóvia, de 12 a 16 de agosto de 1920. Este “milagre do rio Vístula” salvou a nova Polônia.
Em seu combate contra os russos, os poloneses foram beneficiados com a ajuda de uma “missão militar francesa” que contava com algumas dezenas de oficiais comandada pelo general Maxime Weygand – do qual fazia parte o capitão Charles de Gaulle. Em 18 de março de 1921, o Tratado de Riga, Letônia, assinado com os representantes do governo bolchevique leva para leste a fronteira oriental da Polônia com a Rússia.
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Pilsudski (ao centro com roupas militares) foi chefe de Estado, primeiro-ministro e ministro da Guerra ao mesmo tempo
Aparentemente, o acordo tinha tudo para satisfazer os poloneses. No entanto, instala o novo Estado dentro de fronteiras difíceis de defender porque muito amplas. Após um retiro de três anos em sua propriedade rural, Pilsudski retorna ao governo com plenos poderes de um país com aparência de uma democracia parlamentar. Na verdade, tratava-se de uma ditadura.
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Para amenizar as críticas externas ao seu golpe de Estado, ele põe fim às leis de discriminação contra os judeus, que representavam um décimo da população nacional. Pilsudski mostra-se muito leniente em erradicar um velho antissemitismo que perdurava nos meios clericais e universitários. Nas universidades, o acesso de judeus era submetido a um numerus clausus, uma limitação às matriculas.
Após a morte de Pilsudski, o poder mé assumido pelos coronéis próximos do velho marechal. De maio de 1936 até a invasão alemã em setembro de 1939, esta « República dos Coroneis ! » foi dirigida pelo general Felician Skladkowski, quem contava com o apoio político dos Endeks, de militantes nacionalistas de direita. Sob a pressão dos Endeks, a Polônia se oriente francamente para uma direção ultranacionalista e antissemita com um slogan favorito : “Não há lugar para os judeus na Polônia !”.
O país contava então com 3,2 milhões de judeus numa população de 32 milhões de habitantes. Eram mais odiados porque, em grande maioria, viviam nas cidades e se sobressaiam no comércio e nas profissões liberais : médicos, engenheiros, professores, técnicos, etc.