Manifestantes sírios convocaram grandes manifestações para esta sexta-feira (30/12), esperando que a presença dos observadores da Liga Árabe possa frear a ação do exército. Desde que começaram os protestos contra o governo de Bashar al-Assad, em meados de março, mais de 5 mil pessoas morreram, de acordo com a oposição e a ONU (Organização das Nações Unidas).
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que funciona em Londres e é ligado à oposição, relatou que os protestos aconteceram em vários pontos do país, inclusive uma manifestação com 70 mil pessoas em Douma, subúrbio de Damasco, onde os monitores estavam presentes.
A visita de 50 observadores enviados pela Liga Árabe faz parte de um acordo firmado com a organização para tentar por fim à violência no país. Na quarta-feira (28/12), os monitores visitaram a cidade de Homs, foco dos protestos e disseram, de acordo com agência Efe, que encontraram corpos e marcas de tiros em casas, além de terem conversado com familiares de vítimas para falar sobre as condições em que essas pessoas foram mortas.
Entretanto, o chefe da missão internacional, o sudanês Mohamed al-Dabi, disse à rede de TV Al Arabyia que a situação em Homs é de aparente calma. “Havia alguns lugares onde a situação não era boa”, disse o al-Dabi. “Mas não havia nenhuma ameaça, pelo menos enquanto nós estávamos lá. As coisas estavam calmas e não houve confrontos”.
Chefe da missão
Na avaliação de grupos de direitos humanos, como a Human Rights Watch, al-Dabi é uma péssima escolha para ocupar o cargo de observador em assuntos ligados a direitos humanos, pois o general é estreitamente ligado a Darfur, região conflituosa no oeste do Sudão.
Apesar de o general – que carrega a alcunha de “cobra” – não ter sido acusado de crimes contra o humanidade pelo Tribunal de Haia, observadores o acusam de ter ignorado graves violações dos direitos humanos cometidas pelas Forças Armadas sudanesas, tanto no sul do país como na parte oeste.
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