O terceiro dia de manifestações antigovernamentais na Romênia transformou-se em uma batalha campal entre manifestantes e forças de segurança nas ruas da capital Bucareste. Na noite deste sábado (14/01), ao menos nove pessoas ficaram feridas, entre elas um cinegrafista de uma televisão local e quatro policiais. Aproximadamente trinta participantes do protesto foram presos.
Efe
Ao menos nove manifestantes ficaram feridos e trinta foram presos em Bucareste
A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo para conter a marcha. Desde quinta-feira, cerca de 50 mil manifestantes saem às ruas da capital.
A manifestação deste sábado teve início como uma concentração pacífica contra a reforma da Saúde pública, um projeto de cunho privatista que foi retirado de pauta na última sexta-feira (13/01) pelo governo, após sofrer forte rejeição nas ruas e na opinião pública do país.
Além da reforma na Saúde, os manifestantes também protestam contra as medidas de austeridade adotadas pelo presidente Traian Basescu e o governo romeno nos últimos três anos. A população também reclama da alta percepção de corrupção no governo local. Muitos manifestantes também pediram a antecipação de novas eleições.
Em 2009, após apresentar uma redução econômica anual de 7,1%, o governo romeno recebeu um empréstimo de 27 bilhões de dólares do FMI (Fundo Monetário Internacional), da União Européia e do Banco Mundial. Em troca, o governo reduziu drasticamente os salários no setor público, diminuiu o valor das aposentadorias e aumentou dos impostos.
Reforma da Saúde
“A opinião pública não quer mudanças no sistema de Saúde”, admitiu Basescu, ao pedir a retirada do projeto no Parlamento na última sexta-feira.
O projeto de privatização parcial, que se encontrava na fase de debates no legislativo romeno, provocou no início da semana a demissão do ministro da Saúde, Raed Arafat, médico de origem palestina que se opunha a medida. “A missão de salvar vidas seria substituída por uma competição comercial” disse Arafat ao justificar sua saída do governo.
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