Clique aqui ou no banner acima para conferir outras matérias do Especial das Eleições na França
O candidato da Frente de Esquerda à Presidência da França, Jean-Luc Mélenchon, disse nesta sexta-feira (20/04) que seu país deve se inspirar na Argentina e reestatizar a gigante de petróleo Total, assim como os sul-americanos decidiram fazer com a YPF, que estava sob o controle da multinacional de origem espanhola Repsol. Em coletiva a jornalistas estrangeiros, o candidato elogiou os governos progressistas da América Latina e condenou o embargo norte-americano contra Cuba.
“A nacionalização da YPF é a prova de que a revolução dos cidadãos ainda está ativa. Se conquistarmos o poder, poderíamos nacionalizar a Total exatamente da mesma maneira”, afirmou.
“Não é possível dar conselhos a Cuba enquanto seu povo corre o risco de ser asfixiado pelos Estados Unidos”, disse o candidato.
Efe
O candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon
Na entrevista, Mélenchon também criticou as medidas de austeridade impostas pela troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) a países endividados como Grécia e Portugal estava empurrando a Europa ainda mais para a crise e causando pobreza intolerável.
”Infelizmente as grandes companhias europeias priorizam, em outras partes do mundo, políticas de exploração seguindo o modelo neoliberal, em lugar de buscar uma relação de cooperação. Mas há povos latino-americanos com os recursos e o poder suficiente para se opor a tais práticas, algo que não ocorre na África, onde a situação é desastrosa”, disse.
Mélenchon, considerado a grande surpresa nas pesquisas de opinião, disputa o terceiro lugar com a ultradireitista Marine Le Pen.
Sobre quem apoiará no segundo turno, Mélenchon voltou a dizer que, embora não concorde mais com as diretrizes do Partido Socialista, por onde era filiado até 2009, o objetivo será derrubar o atual presidente, Nicolas Sarkozy. “Faremos tudo ao nosso alcance para fazer Sarkozy perder. Ao fazermos isso, vamos derrubar o eixo 'Merkozy': o eixo Merkel (chanceler da Alemanha, que enfrentará eleições em outubro do próximo ano)-Sarkozy. Um dos parceiros vai cair e, em seguida, só teremos o outro para eliminar. Dentro de um ano, poderíamos desmontar tudo o que eles alcançaram”.
Mélenchon disse também que o euro tinha favorecido a união do continente, mas estava muito forte devido à insistência do governo de Berlim. “Precisamos fazer com que o valor do euro caia para que possamos recuperar uma parte dos mercados globais para os nossos produtos”, afirmou.
O primeiro turno da eleição francesa será disputado neste domingo (22/04). O segundo turno, que segundo as pesquisas deve ficar entre o socialista François Hollande e Sarkozy.
NULL
NULL