A presidente Dilma Rousseff usou seu discurso na cerimônia de abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, para mandar um recado aos países desenvolvidos que se posicionam contra a criação de um fundo para financiar o desenvolvimento sustentável nas nações mais pobres. Segundo ela, as promessas de financiamento não se materializaram nos “níveis necessários”.
“A transferência das indústrias mais poluentes do Norte para o Sul do mundo, colocou as economias desenvolvidas no rumo de uma produção tida como mais limpa. Mas deixou pesada a carga e a conta sócio-ambiental para os países
Agência Brasil
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Dilma também lembrou que os países ricos devem ter mais responsabilidade que os pobres na promoção do desenvolvimento sustentável, algo que “tem sido, muitas vezes, recusado na prática”.
Em seu discurso, a presidente também destacou que os compromissos de redução das emissões de gases poluentes, previstos pelo Protocolo de Quioto, não foram atingidos, e que várias conquistas da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio92, permanecem no papel. “Temos a responsabilidade de agir para mudar esse quadro”.
Nesse cenário de crise econômica mundial, a tentação de manter os interesses nacionais acima dos temas globais é forte. “A disposição política para acordos vinculantes fica muito fragilizada. Não podemos deixar isso acontecer”, observou.
Para a governante, o modelo de desenvolvimento do Brasil, que, a seu ver, avança no sentido da sustentabilidade, autoriza o país a demandar mais contribuição dos países desenvolvidos. Na sua avaliação, o documento final da Rio+20 trouxe avanços, entre eles a introdução da erradicação da pobreza como desafio global, o pioneirismo de falar de igualdade racial, a criação do Fórum de Alto Nível global para tratar do desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o reconhecimento de que o Produto Interno Bruto é insuficiente para medir a riqueza dos países.