Josefina Vázquez Mota, candidata do PAN (Partido Ação Nacional), criticou nesta quinta-feira (05/07) o sistema de apurações dos votos e afirmou que a falta de transparência “teve um efeito determinante” para o resultado das eleições presidenciais mexicanas do último domingo. Porém, diferente do candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador, a partidária do atual presidente Felipe Calderón disse que aceita o atual resultado.
Agência Efe
A candidata governista durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
“Essas circunstâncias se deram antes e durante a campanha eleitoral”, acrescentou Josefina, em mensagem dirigida nesta quinta-feira ao seu comitê de campanha, onde fez um apelo para que não haja retrocessos em matéria democrática no México.
A candidata conservadora obteve 25,41% dos votos, segundo os contestados dados parciais divulgados pelo IFE (Instituto Federal Eleitoral do México). Com 95,31 % das urnas apuradas, ela aparece atrás de Enrique Peña Nieto, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), com 38,40% e de López Obrador, do PRD (Partido da Revolução Democrática), com 31,41%.
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López Obrador pediu às autoridades eleitorais do país uma nova apuração total dos votos da eleição. O IFE respondeu que não irá fazer a recontagem de todas as urnas e delegou aos 300 conselhos eleitorais a responsabilidade de decidir se ira recontar os votos nas suas respectivas regiões.
Apesar das críticas, Josefina confirmou que aceita a derrota: “Numa democracia, deve-se aceitar os resultados e o mandato dos cidadãos nas urnas”. Porém, ela pediu punição às ações que atentem contra a democracia: “Embora o resultado final não se altere, deve-se punir as ações que corrompem a vida democrática e corrompem os direitos civis.”
Sem alusões específicas sobre quem estaria por trás da falta de transparência no processo, direcionou críticas a institutos de pesquisas de opinião que “deram resultados que só podem ser interpretados como instrumentos de propaganda eleitoral” durante a campanha. Ela pediu também que o IFE revise “com todo detalhe as despesas de campanha que evidentemente ultrapassam os limites estabelecidos pela lei de algumas forças políticas”.
Sem mencionar nenhum rival explicitamente, condenou legendas políticas que “se associaram à compra e à coação de eleitores e ao uso ilegal de recursos públicos e também privados” durante o processo. O PRI é acusado por diversos partidos e organizações políticas de comprar votos em regiões do interior do México.