Agência Efe
Manifestação pede libertação de integrantes do grupo Pussy Riot em frente a embaixada russa em Londres, Reino Unido
A condenação de dois anos de prisão das três integrantes da banda punk Pussy Riot pela Justiça russa nesta sexta-feira (17/08) foi acompanhada por uma forte repercussão internacional. Manifestantes e autoridades de diversos países criticaram o julgamento e pediram pela liberdade das ativistas, sentenciadas por protestarem no altar da maior igreja ortodoxa do país, a Catedral de Cristo Salvador, em Moscou.
Enquanto centenas de pessoas protestam na capital russa contra a detenção das Pussy Riot, diversas manifestações em apoio ao grupo tomaram as ruas de Barcelona (Espanha), Viena (Áustria), Berlim e Hamburgo (Alemanha), Londres (Reino Unido), Paris (França), Kiev (Ucrânia), Oslo (Noruega), São Paulo (Brasil), Nova York (Estados Unidos), Sydney (Austrália), Buenos Aires (Argentina), entre outras 55 cidades ao redor do mundo, conforme o site FreePussyRiot.org.
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Os gorros coloridos utilizados pelas Pussy Riot em seu protesto na igreja viraram símbolo de resistência entre os manifestantes que também carregam consigo mensagens de apoio às artistas. Muitos dos protestos acontecem em frente aos consulados ou das embaixadas russas, como informam os organizadores por redes sociais (veja mais fotos abaixo).
“Sentença desproporcional”
Organizações internacionais de direitos humanos também criticaram o governo de Vladimir Putin e a Justiça do país pela decisão. Hugh Williamson, diretor da Human Rights Watch na Europa e Ásia Central, condenou a sentença: “Essas mulheres nunca poderiam ter sido processadas por crime de ódio e deveriam ser soltas imediatamente”, afirmou.
John Dalhuisen, diretor da Anistia Internacional para Europa e Ásia Central, também pediu a libertação das ativistas e responsabilizou as autoridades russas pela falta de liberdade de expressão no país. “O julgamento foi outro exemplo das tentativas do Kremlin de desencorajar e deslegitimar a dissidência. É bem provável que seja um tiro que saia pela culatra”, disse ele em comunicado.
“Estou muito desapontada com a decisão da justiça russa. A sentença é desproporcional”, disse Catherine Ashton, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
A diplomata britânica disse que a Rússia não cumpriu suas obrigações de conduzir o processo de forma imparcial, independente e transparente. “Isso também vai contra suas obrigações internacionais em relação ao respeito pela liberdade de expressão”, completou.
O sub-secretário parlamentar de Estado do Reino Unido, Alistair Burt, concordou com a posição adotada pelo bloco: “Estou muito preocupado com a condenação das três integrantes da banda Pussy Riot, que pode ser considerada apenas uma resposta desproporcional a uma expressão política”, disse ele ao jornal britânico The Guardian.
O governo dos Estados Unidos seguiu a atitude das autoridades britânicas e pediu para a Justiça russa revisar o caso e “garantir o direito à liberdade de expressão”. “Os Estados Unidos estão preocupados pelo veredicto e as sentenças desproporcionais ditadas por um tribunal de Moscou contra as integrantes do grupo Pussy Riot e seu impacto negativo sobre a liberdade de expressão na Rússia”, disse em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Agência Efe
Em Hamburgo, dezenas protestaram contra a condenação do grupo feminino nesta sexta-feira (17/08)
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Ucranianos se manifestam a favor das Pussy Riot em frente a embaixada russa em Kiev, na Ucrânia, nesta sexta-feira (17/08)
Agência Efe
Policia alemã prende uma das manifestantes que protestava em frente a embaixada russa em Berlim, Alemanha, nesta sexta (17/08)
Agência Efe
Membros da Anistia Internacional pedem pela revisão da sentença em frente a embaixada russa em Oslo, Noruega