A senadora paraguaia Ana Mendoza de Acha afirmou nesta quinta-feira (16/08) que a UIP (União Interparlamentar) suspendeu um encontro anual sobre infância que seria sediado pelo país em novembro. Segundo ela, legisladores da América do Sul teriam se negado a participar de um evento sediado no Paraguai, devido à recente crise política do país.
Acha, encarregada da preparação do encontro, diz ter sido avisada do cancelamento do evento por meio de uma ligação de Anders Johnson, secretário-geral do organismo internacional vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), com sede em Genebra, na Suíça, que considerava a possibilidade de uma ausência massiva e sugeria a transferência do evento para Lima, capital peruana.
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“Com muita pena ele me dizia que agradecia a disposição do parlamento [paraguaio] para o evento, mas os organizadores viam com muita preocupação que vários dos legisladores da região da América do Sul tenham manifestado que não compareceriam ao evento se este fosse realizado no Parlamento do Paraguai”, comunicou Acha, durante uma sessão legislativa.
Apesar de esclarecer que as nacionalidades dos legisladores que se ausentariam não foram reveladas, Acha disse acreditar que se tratam de Brasil, Argentina, Bolívia e Uruguai. O secretário teria proposto que os legisladores paraguaios participassem da próxima sessão da UIP, em outubro, no Canadá, para dar sua versão dos fatos que levaram à destituição do ex-presidente Lugo e, assim, fortalecer os laços no organismo.
A senadora lamentou a suspensão, criticando os legisladores que “pretendem ideologizar também a UIP, tentando gerar posturas falsas dentro da mesma”. Segundo ela, o presidente do Congresso paraguaio, Jorge Oviedo Matto, também foi contatado pelo secretário-geral do organismo, que o esclareceu que a decisão sobre a UIP não se atribui à situação política do Paraguai.
A suspensão do evento se dá na mesma semana em que a imprensa local anunciou a suspensão do atual chanceler paraguaio, José Félix Fernández Estigarribia, da ALDHU (Associação Latino-Americana de Direitos Humanos), sediada no Chile, por sua inclusão no gabinete de Federico Franco, presidente paraguaio desde a destituição de Lugo.