Em viagem pela Europa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta sexta-feira (07/12), em Berlim, com líderes do SPD (Partido Social-Democrata Alemão) e criticou os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU por dificultarem a reforma do órgão.
Agência Efe
O ex-presidente Lula se reuniu com representantes da oposição alemã, como o parlamentar Frank-Walter Steinmeier
“Todo mundo defendia que o Brasil deveria entrar [no Conselho de Segurança da ONU], mas não entrou. Dizem que não tem reforma nas Nações Unidas porque qual é o país da África que vai entrar? Olha, vamos ser francos, o problema é que quem está lá não quer repartir o poder. Essa é a verdade. É muito cômodo do jeito que está”, afirmou o ex-presidente.
Lula, que também discursou no sindicato alemão do metal, ainda fez duras críticas à justificativa norte-americana para a invasão do Iraque, em 2003.
“O que não dá é pra gente trabalhar com base em mentiras. Não dá. Cadê as armas químicas do Iraque? Cadê? Ou seja, se contou uma mentira para a humanidade e em toda essa mentira se invadiu um país”, lamentou.
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No diálogo com as lideranças da social-democracia, o ex-presidente também contou os bastidores da negociação para um acordo com o Irã sobre o seu programa nuclear. “Eu saí do Brasil e fui ao Irã contra a vontade de todo mundo. Da minha companheira Angela Merkel, do companheiro Obama, do companheiro Sarkozy, do companheiro Medvedev. Eu estava convencido que era possível convencer o Irã a assinar o documento que a Agência [Internacional de Energia Atômica] precisava.”
“Quando pensei que o Conselho de Segurança da ONU iria me dar um prêmio de agradecimento [pela assinatura do acordo], eles deram a maior demonstração de ciúme do mundo e ainda resolveram punir o Irã”, lembrou Lula.
O áudio completo pode ser ouvido aqui.