Atualizado às 21h07
Os candidatos Nicolás Maduro, representante do chavismo, e Henrique Capriles, indicado pela aliança opositora Mesa da Unidade Democrática, iniciaram nesta terça-feira (02/04) suas campanhas para a eleição presidencial venezuelana, que será realizada no dia 14 de abril.
Agência Efe (02/04)
O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, inicia a campanha presidencial no Estado de Barinas
O governista Maduro, que também é o presidente em exercício da Venezuela, participou de evento em Sabaneta, cidade onde nasceu o presidente Hugo Chávez, morto no último dia 5. “Senti-o aqui como uma bênção, nos dizendo: 'hoje começa a batalha. Rumo à vitória. Vocês têm nossa benção'. Eu o senti da minha alma”, afirmou o chavista.
Maduro diz ter sentido a presença de Chávez em especial quando um pássaro se aproximou. “De repente entrou um passarinho, pequenininho, e me deu três voltas aqui em cima”, disse apontando para a própria cabeça.
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Em seguida, emocionado, ele prosseguiu: “o pássaro parou em uma viga de madeira e começou a cantar, um assobio lindo. Fiquei vendo-o e também cantei para ele, então. 'Se você canta eu canto', e cantei. O passarinho me estranhou? Não. Cantou um pouquinho, deu uma volta e foi embora. Eu senti o espírito dele”, contou o presidente em exercício, que atuou no governo de Chávez como chanceler e vice.
Capriles, por sua vez, iniciou sua campanha na cidade de Maturín, capital do Estado de Monagas (nordeste do país). Ele chegou à avenida Juncal, centro da cidade, por volta das 18h locais (19h30 no horário de Brasília), para iniciar formalmente sua campanha, onde foi recepcionado por apoiadores da MUD.
Em seu discurso, ele afirmou que o ato de campanha dava início à luta “da verdade contra a mentira”.
“Em 14 de abril vocês elegerão o presidente que o país quer. Eu os convido a que se decidam e a que construam o país que vocês quiserem”, disse o candidato sobre a eleição do próximo domingo.
Agência Efe (02/04 – madrugada)
Comício de Capriles em Caracas, em marcha cujo propósito oficial era protestar contra as políticas de segurança
Capriles acusou o adversário, Nicolás Maduro, de usar as instituições do Estado para fazer campanha. “Nós não recebemos cheques da Pdvsa (Petróleos de Venezuela, estatal petroleira do país), nem do Tribunal Supremo de Justiça (órgão máximo do Judiciário do país), mas temos a vontade do povo”, afirmou.
“A mim não importam todas as desqualificações que me atribuem. Construí tudo o que tenho com as mãos e com trabalho duro. Sou insultado por alguns corruptos. Também a Jesus Cristo lhe disseram más coisas e nem por isso ele deixou de ser grande”.
O candidato também criticou o plano petrolífero venezuelano. “A faixa petrolífera venezuelana é a mais rica do mundo e hoje não estamos produzindo um único barril de petróleo (…) Aqui o que fazem é dar dinheiro de presente a outros países, para que lá se construam estradas, mas não se preocupam pelos interesses do povo [da Venezuela]”, disse.
Fez também suas primeiras promessas eleitorais: “ofereço emprego, aumento de salário, direito a um fundo para assegurar compra de remédios aos aposentados (…) vamos aumentar a produção nacional e, com ela, aumentar o poder aquisitivo dos venezuelanos”, prometeu, além e projetos de infraestrutura.
Inicialmente, Capriles havia dito que também começaria a campanha em Barinas. Mas, após receber críticas da candidatura de Maduro, o líder da oposição resolveu mudar a agenda e anunciou que visitará a o Estado apenas na quarta-feira (03/04).