O prisioneiro palestino Samer Issawi assinou na manhã desta terça-feira (23/04) um acordo para negociar o fim de sua greve de fome, que começou em agosto de 2012. A exigência feita por Issawi é que Israel se comprometa a libertá-lo em até oito meses.
De acordo com informações da agência Reuters, Issawi não aceita ser exilado, como aconteceu com outros palestinos sob custódia do governo israelense. O desejo é voltar para Jerusalém, sua terra natal.
Até a manhã de hoje, Issawi ingeria apenas intermitentes líquidos, vitaminas e outros nutrientes. Ele continua internado no hospital da prisão de Ramle, perto de Tel Aviv. A tendência é que ambas partes cheguem a um acordo e prisoneiro seja libertado até o fim deste ano.
Agência Efe
Palestinos apoiam Issawi, que está em greve de fome há nove meses em protesto contra Israel
“Nós não queremos ver esse homem cometendo suicídio”, disse um oficial israelense à Reuters. “Há elementos do lado palestino que estão ansiosos para explorar a tragédia”.
A história de Samer Issawi ganhou notoriedade quando o prisioneiro resolveu protestar contra os abusos do governo israelense aos palestinos. “Minha última pedra a atirar contra os tiranos e cerceio frente à ocupação racista que humilha nosso povo. Se eu morrer, será uma vitória; se formos libertados, é uma vitória, porque de qualquer modo eu recusei a me render à ocupação israelense, sua tirania e arrogância”, afirmou Issawi em publicação do portal Guardian.
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Issawi foi preso por atirar contra um ônibus israelense em 2002. Libertado em 2011, voltou à prisão em julho de 2012 por ter violado os termos de sua libertação. Na ocasião, sua sentença original, até 2029, foi retomada.
Segundo Issawi, os termos de sua pena “lhe negavam o direito de se mover alguns quilômetros de uma parte do país para outra”. “Chega até esse ponto o absurdo e injustiça da obsessão de Israel em controlar vidas palestinas”, argumenta.
Na semana passada, cerca de 3 mil palestinos que estão em prisões israelenses rejeitaram comer e beber em solidariedade a Samer Issawi.
Ziad Abu Ein, do Ministério de Assuntos dos Presos da ANP (Autoridade Nacional Palestina), explicou que o objetivo da greve é pressionar as autoridades israelenses para que reconsiderem a detenção administrativa, que permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados prender pessoas sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso e nem seu advogado conhecem.