Uma família de origem cubana, com três filhos, dois deles menores de idade, foi despejada nesta terça-feira (07/05) da casa onde viviam em Alicante, Espanha. Eles viviam exilados no país europeu desde 2011. Centenas de membros da organização Stop Desahucios se concentraram na frente do local para evitar o despejo e houve tensão com as forças de segurança locais, que prenderam dois membros da família cubana.
Mais tarde, eles foram soltos após serem levados à delegacia. Os cubanos participaram de um programa que acolhe estrangeiros por razões políticas e que foi criado pelo governo de José Luis Rodríguez Zapatero. Uma das cubanas, Ismora Sánchez, disse que ela e os familiares chegaram “pelas mãos da Cáritas e da Cruz vermelha”, que durante meses prestou ajuda para o pagamento do aluguel. No entanto, o valor de 400 euros mensais deixou de ser pago desde julho do ano passado. As contas de água e luz estão atrasadas desde setembro.
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“Nos enganaram. Não pensaram em minhas filhas pequenas”, afirmou Sánchez, citada pelo jornal espanhol El País. De acordo com a publicação, um amplo dispositivo da Polícia Nacional da Espanha chegou pela manhã à casa para garantir o acesso dos oficiais de justiça. Manifestantes se posicionaram no acesso ao local para impedir a entrada da policía, sentados no chão. Muitos foram retirados pelos oficiais um por um, à força.
José Manuel Copette, porta-voz da Stop Desahucios, lamentou o desenlace final da ação. “Tentamos pará-los pacificamente, mas não foi possível”, disse. Ele assegurou que o caso “poderia ter sido facilmente solucionado”, pois na cidade de Alicante há 20 mil apartamentos vazios. Desde a eclosão da crise econômica mundial, que atingiu com força a Espanha, milhares de pessoas já foram despejadas de suas casas por falta de pagamento de aluguel ou hipoteca.