Ativistas da rede britânica de direito digital Open Rights Group pediram nesta sexta-feira (07/06), em carta aberta ao governo do Reino Unido, que esclareça se está de alguma forma envolvido com o escândalo de espionagem estatal dos Estados Unidos. A entidade quer saber, especialmente, se Londres recebeu ou utilizou, em algum momento, informações do arapongagem norte-americana.
“O governo do Reino Unido precisa dizer o que sabia sobre o PRISM [codinome para o programa de espionagem online dos EUA]. Uma investigação parlamentar é altamente necessária para descobrir se o governo britânico ou suas agências de inteligência estiveram de alguma forma envolvidos na invasão da privacidade de cidadãos britânicos”, afirmou em nota Jim Killock, diretor-executivo do grupo.
Com base na colaboração entre EUA e Reino Unido no combate ao terror, o Open Rights Group suspeita que o serviço secreto britânico possa ter se munido de informações do esquema e que dados de cidadãos britânicos possam ter sido vasculhados pela NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional), responsável pelos grampos.
Reportagem publicada ontem (06/06) pelo jornal britânico The Guardian mostrou que o governo dos EUA, sob a administração Barack Obama, segue espionando a população do país com a justificativa da “guerra ao terror” e amparado no “Patriot Act”, controversa lei aprovada em 2001, durante o governo de George W. Bush, que suprime as liberdades civis.
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Algumas das empresas mais conhecidas e importantes da internet foram obrigadas a ceder dados de clientes para o governo dos EUA, de acordo com novo documento revelado pela imprensa internacional. Entre as companhias que tiveram seus sistemas acessados pela NSA estão Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, Skype e YouTube.
O Open Rights Group quer saber também se o governo britânico recomenda a seus cidadãos, empresas e parlamentares que se utilizem desses serviços online, e se a confidencialidade dos negócios britânicos não foi quebrada pelo PRISM.
De acordo com documento divulgado pelo The Guardian, uma apresentação de Power Point com 41 slides, os grampos eram realizados “diretamente dos servidores” das maiores empresas dos EUA e incluíam e-mails, arquivos anexados, vídeos e conversas online. A obtenção compulsória dos dados foi iniciada na Microsoft, em 2007, ainda sob o governo de George W. Bush. Sob a gestão de Barack Obama, no entanto, a prática foi intensificada e passou a atingir um número maior de companhias.