O diretor nacional dos serviços de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, admitiu nesta quinta-feira (06/06) a existência de um esquema usado pela Agência Nacional de Segurança e pelo FBI para monitorar milhões de telefonemas com base na guerra contra o terrorismo. Segundo ele, as revelações desses documentos secretos por reportagens do jornal The Guardian colocam em risco a segurança nacional.
Em um comunicado, Clapper afirmou que “a divulgação não autorizada de um documento judicial secreto é uma ameaça potencial e de dano prolongado e irreversível para nossa capacidade para identificar e responder às múltiplas ameaças que enfrenta nossa Nação”.
Clapper assinalou que a imprensa “omite informações fundamentais sobre a forma como era utilizado o programa para prevenir ataques terroristas, e as numerosas salvaguardas para proteger a privacidade e as liberdades civis”. O funcionário disse que determinou a liberação de algumas informações sobre o programa para que os norte-americanos pudessem compreender seus alcances.
O debate sobre se o governo dos EUA está violando a privacidade dos cidadãos atingiu um novo patamar na quinta-feira, com a revelação de que as autoridades colheram dados de milhões de usuários de telefones e exploraram os servidores de nove empresas da internet.
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A Casa Branca passou boa parte do dia defendendo a coleta secreta de registros telefônicos por parte da NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional), o que o governo descreveu como uma “ferramenta crítica” para a prevenção de atentados. Mas críticos questionaram essas atividades de espionagem, reveladas inicialmente pelo Guardian.
Espionagem
No final do dia, a agitação em torno da coleta de dados de clientes de uma subsidiária da empresa de telefonia Verizon Communications foi ofuscada por uma reportagem do Washington Post que descrevia um programa ainda mais agressivo de vigilância governamental.
O Post informou que a NSA e o FBI estavam explorando “diretamente” os servidores centrais de importantes empresas norte-americanas da internet, tendo acesso a emails, fotos, áudios, vídeos, documentos, registros de conexão e outras informações que permitem que analistas monitorem movimentos e contatos de uma pessoa ao longo do tempo.
Algumas das empresas citadas no artigo – Google, Apple, Yahoo e Facebook – imediatamente negaram que o governo tenha tido “acesso direto” aos seus servidores centrais. A Microsoft disse que não participou voluntariamente de nenhuma coleta de dados governamentais, e que apenas cumpre “ordens de solicitações sobre contas ou identificadores específicos”.
* Com informações do Guardian e AFP