Em entrevista para marcar o aniversário de um ano de seu asilo na embaixada do Equador em Londres, o jornalista australiano Julian Assange disse que não vai deixar o prédio diplomático, mesmo se a Suécia retirar as acusações de abuso sexual contra ele, por medo de ser preso pelos Estados Unidos.
Agência Efe
O fundador do Wikileaks, que já havia admitido estar disposto a permanecer “mais cinco anos no local”, ressaltou que isso não significava que não deixaria o prédio, mas “os meus advogados aconselharam-me que eu não deveria deixar a embaixada por causa do risco de detenção e extradição para os Estados Unidos”.
Ele considera que o pedido de extradição da Suécia seja uma “fachada” com o objetivo de que ele possa ser julgado pelos EUA. O jornalista também fez críticas aos ataques norte-americanos ao Wikileaks e afirmou que o Equador se mostrou “formalmente obrigado” a proteger um editor e jornalista como ele.
Na entrevista, realizada sob embargo na última sexta-feira, Assange saudou como herói Edward Snowden, ex-prestador de serviço da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) que fez revelações sobre os programas de vigilância dos EUA, e, em teleconferência feita hoje, também admitiu que o Wikileaks está “em contato com os advogados de Snowden” e tem “trabalhado no processo para que ele consiga asilo na Islândia”.
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Julian Assange refugiou-se na embaixada equatoriana há exatamente um ano, para evitar a extradição para a Suécia, que procura interrogá-lo sobre as acusações de abuso sexual e estupro negadas por ele. Seu temor é que o país escandivano o entregue às autoridades norte-americanas, que o julgariam por ter facilitado um dos maiores vazamentos de informações da história dos EUA.
O julgamento de Bradley Manning, soldado norte-americano acusado de fornecer documentos secretos ao Wikileaks, está em curso no estado de Maryland, processo pelo qual a organização “está em litígio com os EUA”, segundo Assange.
O Equador concedeu asilo político ao ex-hacker australiano, mas a Grã-Bretanha deixou claro que ele será preso caso tente sair do edifício, fortemente vigiado por policiais na porta blindada e embaixo da sacada onde ele fez uma aparição pública no Natal passado.