Atualizada às 17h40
Os embates entre os opositores e os partidários do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, deixaram pelo menos quatro mortos nesta segunda-feira (22/07). De acordo com uma fonte dos serviços de segurança, o Exército disparou “intensamente” contra os islamitas, que entraram em conflito com os opositores, e quase trinta pessoas ficaram feridas ao longo do dia.
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Segundo essa mesma fonte, as autoridades detiveram sete manifestantes pró-Mursi nas proximidades da Praça Tahrir, no Cairo, dois dos quais portavam escopetas de balas de chumbo. Um dos mortos de hoje morreu em decorrência dos conflitos e os outros três, por causa dos distúrbios ocorridos durante os protestos dos partidários do ex-presidente.
Agência Efe
Manifestantes saíram às ruas do Cairo hoje para pedir o retorno do presidente deposto Mohamed Mursi
Centenas de seguidores de Mursi se manifestaram hoje em frente à sede da Procuradoria-Geral no centro da capital do Egito e depois seguiram para a embaixada dos Estados Unidos, que se localiza perto de Tahrir, onde entraram em confronto com os manifestantes anti-Mursi.
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De acordo com uma fonte da Organização de Jovens da Irmandade Muçulmana, os islamitas anunciaram sua manifestação rumo à embaixada dos Estados Unidos antecipadamente e evitaram passar por áreas onde se concentram os opositores.
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“Antes que nossa marcha chegasse a Tahrir eles nos atacaram, a prova é que os confrontos são junto a Tahrir”, disse a fonte, sem dar mais detalhes.
Já Ahmed Abdu, membro do comitê central da campanha “Tamarrud”, que incentivou os protestos anti-Mursi pedindo eleições presidenciais antecipadas no último dia 30, afirmou que os islamitas é que iniciaram os confrontos perto da praça. Ele também disse que há pessoas levemente feridas entre os opositores, mas não especificou quantas.
De acordo com a televisão egípcia, os soldados dispararam gás lacrimogêneo para dividir adversários e impedir que os partidários de Mursi conseguissem chegar perto da embaixada norte-americana.
Os embates de hoje são os mais violentos desde a última terça-feira (16), quando sete pessoas foram mortas e 261 ficaram feridas.
A família de Mursi anunciou hoje que pretende processar o chefe das Forças Armadas egípcias , general Abdel Fatah el-Sisi, acusando-o de ter “raptado” o ex-chefe de Estado. Mursi está detido em um local secreto desde que foi deposto, em 3 de julho.