Os Estados Unidos são contra uma negociação entre o governo da Nigéria e o grupo extremista islâmico Boko Haram para o resgate de mais de 200 meninas, sequestradas no dia 14 de abril. O posicionamento da Casa Branca foi anunciado pelo porta-voz Jay Carney, em entrevista coletiva desta terça-feira (13/05).
“A Nigéria é que decide como enfrentar o Boko Haram neste caso, certamente, e nós temos um papel secundário. Mas é política dos Estados Unidos negar aos sequestradores os lucros de seus atos criminosos, e isso inclui recompensas ou concessões”, afirmou Carney.
Nesta terça-feira, o governo do presidente nigeriano Goodluck Jonathan deixou as portas abertas para uma possível negociação com o Boko Haram, uma vez que o líder do grupo, Abubakar Shekau, divulgou um vídeo dizendo que as meninas poderiam ser soltas em troca da libertação de militantes presos pelas autoridades.
Agência Efe
Protesto realizado nesta terça-feira (13/05) na Nigéria apela por volta de meninas sequestradas para casa
Questionado se o governo norte-americano está aconselhando Jonathan a não negociar com o grupo islâmico, Carney respondeu que “essa é certamente a posição dos Estados Unidos”. O porta-voz ainda confirmou que o país está realizando voos de reconhecimento com drones (aviões não tripulados) em coordenação com a Nigéria para encontrar as meninas.
Na última semana, os EUA enviaram à Nigéria uma equipe de 30 pessoas dos Departamentos de Estado e Defesa, além do FBI, para auxiliar na busca pelas meninas. Entre os enviados, há analistas de inteligência e especialistas em sequestro.
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O Reino Unido também está cooperando com a busca: um grupo de conselheiros militares britânicos está em Abuja, capital nigeriana, desde sexta-feira (09). Uma junta de conselheiros dos EUA e da Grã-Bretanha está sendo expandida para receber também profissionais franceses. Além disso, a China já enviou especialistas e Israel se dispôs a ajudar a equipe.
As estudantes foram sequestradas em uma escola na cidade de Chibok, no nordeste da Nigéria, e estima-se que cerca de 130 apareçam no vídeo divulgado ontem pelo Boko Haram. O nome do grupo, na língua local, significa “a educação ocidental é proibida”.
Mais de 230 meninas permanecem desaparecidas desde o dia 14 de abril e uma menor que conseguiu fugir declarou que elas chegam a sofrer até 15 estupros por dia por parte dos sequestradores. Muitas foram forçadas a se casar com membros do Boko Haram.
O caso já gerou intensa mobilização internacional, com a hashtag #BringBackOurGirls (tragam de volta as nossas garotas) tendo sido utilizada por figuras em evidência como a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, e a modelo Cara Delevingne.