A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (17/09) uma emenda que autoriza o Pentágono a treinar e armar os opositores sírios na luta contra o EI (Estado Islâmico), o que deixa nas mãos do Senado a decisão final sobre a autorização solicitada pelo presidente Barack Obama.
Por 273 votos a favor e 156 contra, o plenário da Câmara aprovou a emenda, que se somará a um projeto de lei para a manutenção dos fundos para o funcionamento do governo federal até o dia 11 de dezembro.
Agência Efe
Kerry compareceu ao Congresso dos EUA nesta quarta para acompanhar a votação da medida
Pouco depois, a Câmara aprovou por 308 votos contra 108 a legislação que estende os fundos para o governo e que inclui também US$ 88 milhões a mais na luta contra o ebola e a renovação do mandato do Banco de Exportação e Importação (Eximbank) até 30 de junho de 2015.
“Esta medida representa um passo inicial importante para combater o Estado Islâmico, que representa uma ameaça direta à segurança dos Estados Unidos”, disse o presidente da Câmara baixa, o republicano John Boehner, em comunicado.
Espera-se que o Senado vote nesta quinta-feira (18/09) sobre a medida, que permitiria ao Departamento de Defesa aumentar suas armas à oposição ao governo de Bashar Al-Assad e treiná-la desde a Arábia Saudita para que se transformem em um aliado interno na ofensiva contra EI que os Estados Unidos mantêm no Iraque e pretendem estender em breve à Síria.
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Embora Obama considere que não necessita de autorização do Congresso para atuar militarmente de forma direta contra o EI, a necessita para proporcionar armas ou treino a um terceiro ator, neste caso os opositores sírios, segundo o disposto no “Título 10” do Código dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos proporcionaram desde meados do ano passado armas leves e treino aos opositores sírios desde a Jordânia, mas fazia isso de forma encoberta, através de um programa da CIA.
O voto na Câmara baixa aconteceu depois de seis horas de debate, no qual muitos congressistas expressaram sua reticência em aumentar o peso militar dos EUA no Oriente Médio, especialmente na Síria, um país que vive uma longa guerra civil infiltrada por grupos jihadistas.
“Suspeito que aqueles que votem que sim, farão isso com muitas reservas, e aqueles que votem que não, farão isso sem estar cômodos com tudo”, disse o congressista republicano Charlie Dent antes do voto.
Enquanto alguns democratas se preocupam que a falta de um plano aprovado pelo Congresso conduza a uma deriva militar no Oriente Médio sem data final clara, muitos republicanos acreditam que os planos de Obama são demais limitados para frear os avanços do grupo jihadista.
Antes do voto, a Casa Branca expressou seu apoio à emenda, que “proporciona autorizações essenciais para equipar a Administração com as ferramentas necessárias para proporcionar uma estratégia integral e sustentada” perante o EI.
(*) Com Agência Efe