A reunião de cúpula dos países do Mercosul, ocorrida na tarde desta quarta-feira (17/12) em Paraná, na Argentina, ficou marcada pelo histórico anúncio de retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba.
Os presidentes que se pronunciaram classificaram o momento como “impensável”. A presidente anfitriã, Cristina Kirchner, disse, por exemplo, haver pensado que “não viveria para ver esse dia”. Pensamento confirmado pela presidente brasileira, Dilma Rousseff. Já o venezuelano Nicolás Maduro não mediu palavras e declarou essa como “uma grande vitória de Fidel”.
Agência Efe
Dilma e Cristina durante a reunião desta quarta-feira
Mas, para além das novidades vindas do norte do continente, nesta reunião o Brasil recebeu a presidência pró-tempore do bloco. Entre outras declarações, Dilma afirmou que intensificará o seu compromisso de defender a Argentina e os demais países membros dos especuladores, em alusão aos chamados “fundos abutres”.
A presidente lembrou que, desde a cúpula ocorrida em Caracas, em agosto deste ano, o Brasil vêm manifestando total apoio ao governo Kirchner. “Continuaremos (durante a presidência pró-tempore) apoiando a luta da Argentina por um desfecho justo na reestruturação de sua dívida soberana. Com o mesmo empenho que nós temos tido, desde a cúpula de Caracas”. Ela citou ainda sua intervenção com relação ao tema nas reuniões dos BRICs e do G-20.
Principais anúncios
Entre os principais comunicados emitidos durante esta 47ª reunião de cúpula do Mercosul estiveram acordos sobre energias renováveis, impulsionados pelo Equador, o apoio do bloco à reeleição do brasileiro José Graziano da Silva para a diretoria-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) e o incentivo à regulamentação da negociação de dívidas soberanas.
Além disso, Dilma reforçou que o bloco estaria esperando uma proposta de Bruxelas sobre as condições de um acordo com a União Européia. Ainda com relação às negociações com outros blocos, a presidente brasileira sinalizou para um interesse em acelerar o processo de complementação econômica com os países da Aliança do Pacífico.
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Uma das expectativas para esta reunião de chefes de Estado do Mercosul era o anúncio de adesão da Bolívia como membro pleno. No entanto, este processo de negociação permanece pendente, ainda que exista um documento em vias de aprovação pelos congressos dos países membros. Durante a reunião de cúpula realizada em junho de 2012, em Mendonça, na Argentina, redigiu-se o documento que daria início ao processo de incorporação do país andino. No entanto, durante aquela ocasião, o Paraguai estava suspenso e não pode participar de sua elaboração, fator este que poderia implicar na necessidade de uma revisão do documento.