A Rússia criou nesta sexta-feira (26/12) um fundo de US$ 3,6 bilhões para lidar com a crise econômica que afeta a moeda russa.Também hoje, o presidente Vladimir Putin aprovou uma nova doutrina militar para o país, levando em conta as mudanças geopolíticas e de segurança que aconteceram em 2014, ano em que Moscou se opôs às potências ocidentais, sobretudo no caso da crise ucraniana. Neste novo texto, Estados Unidos e Otan (aliança militar ocidental) aparecem como “as maiores ameaças”.
Agência Efe
O presidente, Vladimir Putin (esq.), e o premiê, Dmitri Medvedev, participam de reunião do conselho de governo russo
Sobre o fundo anticrise, o ministro das Finanças, Anton Siluanov, afirmou que o montante do resgate pode aumentar ao longo do ano. Ele antecipou que as operações de ajuda às empresas de setores estratégicos poderiam obrigar a revisar o financiamento de alguns projetos do Fundo de Bem-Estar Nacional.
Para o ano de 2015, o ministro prevê um déficit fiscal de pouco mais de 3% “caso haja uma contração da economia de perto de 4%”. O Ministério das Finanças proporá à Duma (a câmara dos deputados) um corte máximo de 10% no orçamento, ainda consciente que será insuficiente para equilibrar os números.
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“Com o preço do petróleo em US$ 60 (o barril), o rublo encontra seu equilíbrio. Não voltaremos a uma cotação próxima dos 30 (rublos para US$ 1), mas o importante é o rublo se manter estável”, disse, sobre a desvalorização da moeda nacional. E antecipou que, em caso de necessidade, o governo venderá divisas nos mercados internacionais para fortalecer o rublo, como já fez recentemente, quando vendeu US$ 1 bilhão.
Nova doutrina militar
Quanto à nova doutrina militar, aprovada hoje por Putin, o documento destaca o aumento do potencial militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que, além de se aproximar das fronteiras russas, vem assumindo funções globais, as quais violam o direito internacional, segundo a Rússia.
A nova doutrina mostrou que a Rússia adotará medidas para resistir às tentativas das potências rivais de conseguir “superioridade militar” por meio do desdobramento de elementos estratégicos de defesa antimísseis, em clara alusão à presença do escudo americano na Europa.
Ucrânia e militantes trocam prisioneiros
Também hoje, as autoridades da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia efetuaram uma troca de prisioneiros de guerra, apesar de horas antes terem cancelado a terceira rodada de negociações de paz em Minsk. O único consenso atingido na mesa de discussão foi quanto à troca de detentos.
Segundo informou a agência russa Interfax, Kiev trocou 150 soldados governamentais por 222 milicianos da autoproclamada República Popular de Donetsk. A operação foi conduzida, em território neutro, pelo emissário de Kiev, Victor Medvedchuk, e o ministro da Defesa de Donetsk, Vladimir Kononov, assim como por representantes da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa).
(*) Com informações da Agência Efe