Atualizada em 30.mar.2015, às 12h29
O segundo turno das eleições regionais na França, realizado neste domingo (29/03), atestou a expansão da direita no país. Segundo os resultados oficiais, divulgados nesta segunda (30/03), o bloco de direita, liderado pela UMP (União por um Movimento Popular), de Nicolas Sarkozy, venceu em 66 departamentos e teve 45,03% dos votos, contra 32,12% do agrupamento liderado pelo Partido Socialista (PS) e 22,23% da ultradireitista Frente Nacional (FN), segundo os dados definitivos divulgados pelo Ministério do Interior.
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Agência Efe
O presidente da UMP, Nicolás Sarkozy, em pronunciamento após divulgação das projeções de voto
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Agência Efe
A presidente da FN, Marine Le Pen, em pronunciamento na noite deste domingo
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, do PS, reconheceu o “incontestável triunfo” da direita e o “franco retrocesso” das forças de esquerda.
“Com seu voto e com sua abstenção, os franceses voltaram a expressar expectativas, cólera e cansaço perante uma vida cotidiana muito difícil”, afirmou o chefe do Executivo. Ele anunciou novas medidas a favor de investimentos público e privado nos próximos dias, assim como reduções de impostos para nove milhões de famílias.
Valls também se referiu à luta contra o terrorismo dentro e fora da França, à educação, ao laicismo e ao combate ao racismo como eixos de atuação de seu governo.
Esquerda dividida
No primeiro turno das eleições regionais francesas, realizado no dia 22 de março, a coligação entre os partidos FG (Frente de Esquerda) e o EE-LV (Ecologia Europeia) conseguiu 9,7% dos votos, de acordo com o instituto de pesquisa CSA. Contudo, segundo dados do Ministério do Interior francês, a aliança esquerdista teve 6,1% dos votos.
Para a imprensa francesa, a coligação representa uma “esquerda alternativa e antiausteridade”, pois se opõe às medidas do PS (Partido Socialista), que também no primeiro turno foi relegado ao terceiro lugar com pouco mais de 20% dos votos.
Para analistas, a divisão da esquerda é um dos principais motivos pelos quais o PS obteve um desempenho ruim nas eleições. De acordo o instituto CSA, se todos os partidos esquerdistas se unissem, a aliança poderia resultar em um total de até 37% dos votos nas regiões.
*Com Agência Efe, AP e BBC