Reunidos há uma semana na cidade suíça de Lausanne o Grupo 5+1 (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) e o Irã não conseguiram chegar a um acordo, mesmo com a prorrogação de um dia do prazo final da negociação. Para o chanceler do Irã, Mohamad Javad Zarif, falta “vontade política” para que a questão seja solucionada. Diante da continuidade do impasse, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que as conversas podem se estender até esta quinta-feira (02/04).
Agência Efe
Secretário de Estado norte-americano, John Kerry
De acordo com Zarif, nas últimas horas foram resolvidos “dois temas de diferenças”, mas o trabalho ficou “muito difícil” porque está “nos detalhes das soluções”, como afirmou à agência iraniana Isna.
“Esperamos que haja avanços ainda, os diálogos continuam e agora devem ser realizados entre várias delegações ao mesmo tempo, com diferentes precauções e perspectivas, e por isso tudo é um pouco mais complicado”, acrescentou o representante iraniano.
No mesmo sentido, Steinmeier ressaltou que haverá novas propostas ainda na noite desta quarta (01/04) e por esse motivo não poderia prever se isso “será suficiente para conseguir o acordo. As últimas noites mostraram que é muito difícil”, afirmou. “Enquanto um sucesso for possível, vale a pena este esforço”, disse Steinmeier perante as câmaras de TV e outros meios de comunicação de seu país.
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Questionado sobre o empecilho do levantamento ou alívio de sanções que pesam sobre o Irã, o ministro destacou que deve haver um “equilíbrio” entre no que beneficia e no que cede a República Islâmica. Além disso, garantiu que o bloco europeu está completamente unido neste aspecto, enquanto reconheceu que Rússia e China têm uma especial ambição em que sejam cumpridas as regras do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Agência Efe
Representantes de G5+1 (Alemanha, EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) estiveram com delegação iraniana na Suíça
Washington, por sua vez, considerou que os países do G5+1 ainda não receberam do país “os compromissos específicos e tangíveis” que consideram necessários para fechar um acordo. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, comentou, no entanto, em sua entrevista coletiva diária, que as conversas “continuam sendo produtivas”.
Crítico das negociações, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que a comunidade internacional insista para conseguir um melhor acordo que faça retroceder a infraestrutura nuclear do Irã: “as concessões oferecidas ao Irã em Lausanne podem assegurar um mal acordo que colocará Israel, o Oriente Médio e a paz mundial em perigo. Agora é o momento da comunidade internacional insistir em um acordo melhor”, afirmou, em um comunicado divulgado por seu Escritório.