O diretor de cinema português Manoel de Oliveira morreu nesta quinta-feira (02/04) aos 106 anos. Com currículo de mais de 60 filmes, apresentou sua última produção – “O Velho do Restelo” – em 2014.
EFE/ arquivo
Foto datada de 22 de janeiro de 2009. Na ocasião, Oliveira estava em Barcelona (Espanha)
Nos últimos anos, ele tinha superado alguns problemas de saúde, entre eles, uma internação hospitalar em 2012 por problemas de insuficiência cardíaca, e outros episódios semelhantes em 2013.
Manoel de Oliveira nasceu em uma família abastada na cidade do Porto, em 11 de dezembro de 1908, e estreou como diretor aos 23 anos com o documentário mudo “Douro, Faina Fluvial” (1931). Ao longo da carreira, ganhou uma Palma de ouro do Festival de Cannes (2008) e um Leão de Ouro do Festival de Veneza (1985).
Em entrevista a Opera Mundi em dezembro passado, a filha do diretor, Adelaide Maria de Oliveira Trêpa, afirmara que a idade não era algo que impedia o trabalho do pai. “Cada vez ele está mais perto do cinema. Nas conversas, nos interesses, tudo é o cinema. Ele traz uma centelha diferente na maneira de olhar a vida e a arte”, contou Adelaide.
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Cultuado no Brasil e na Europa, mas sem jamais ter sido sucessos de bilheteria, seus trabalhos tiveram atuação de celebridades internacionais, como a atriz francesa Catherine Deneuve e o italiano Marcello Mastroianni.
Além das estrelas estrangeiras, Oliveira era um confesso admirador da atriz Fernanda Montenegro, e, há alguns anos, havia expressado publicamente o desejo de trabalhar com ela.
Considerado um humanista de raízes cristãs, os filmes de Oliveira abrangem temas como a filosofia de Nietzsche e a tradição bíblica. “A divina comédia” (1991), “Non, ou a vã glória de mandar” (1990) e “Um filme falado” (2003) são uma amostra dessa vertente.