Após a tomada de controle e invasão do Estado Islâmico, a situação humanitária é “catastrófica” no campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, situado a oito quilômetros ao sul de Damasco, declarou à Efe o porta-voz do Grupo de Ação para os Palestinos na Síria, Fayez Abu Eid, nesta segunda-feira (06/04).
EFE
Há mais de 3.500 menores submetidos a risco de mortes e traumas no campo, alerta agência da ONU
Nos últimos dias, o local se tornou palco de confrontos entre facções palestinas opositoras a Bashar al Assad e membros do grupo sunita extremista – que controlam pelo menos 90% do campo desde o fim de semana. Acredita-se que a infiltração tenha sido motivada sobretudo para atacar o grupo palestino Aknaf Beit al-Madqis.
À Al Jazeera, o porta-voz da Organização pela Libertação da Palestina, Ahmed Majdalani, explicou que um corredor humanitário para evacuação foi aberto em uma ação coordenada por grupos palestinos e pelo governo sírio.
O campo de refugiados passa por uma escassez de água e comida, denunciam grupos de direitos humanos. Durante as últimas horas, pelo menos 2.000 civis conseguiram fugir, apesar de muitas mulheres e crianças continuarem presos no local.
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No domingo (05/04), o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou que foi criada uma célula de apoio para lidar com a tragédia e para trabalhar com a menor quantidade de perdas possível. “Estamos em contato com nossos irmãos que estão lá para encontrar um jeito de proteger nosso povo”, explicou Abbas.
Na quarta-feira (01/04), a UNRWA (Agência da ONU para os Refugiados Palestinos) expressou “preocupação extrema” pela segurança e a proteção dos civis sírios e palestinos no local. Segundo a agência das Nações Unidas, há mais de 3.500 menores no campo que estão sendo submetidos a “um risco extremo de morte, ferimentos graves, traumas e deslocamento”.
Al Yarmouk foi criado em 1957 para funcionar como um campo de refugiados palestinos e acabou se tornando uma espécie de bairro residencial para mais de 160 mil habitantes, inclusive sírios. Com o estopim da guerra civil síria, em 2011, o local começou a ser gradualmente evacuado. Após a invasão de integrantes do Estado Islâmico na última semana, estima-se que seja ocupado por menos de 18 mil pessoas.