A Força Aérea do Quênia anunciou nesta segunda-feira (06/04) que destruiu dois acampamentos do Al Shabaab no sul da Somália. A manobra faz parte de uma resposta militar do governo após o grupo islâmico filiado à Al Qaeda assumir autoria de um atentado que matou 148 pessoas – a maioria estudantes – na universidade de Garissa.
EFE
Há quatro anos Exército do Quênia realiza ataques no sul da Somália contra extremistas, o que enfurece combatentes do Al Shabaab
O bombardeio aconteceu nas cidades de Gondodowe e Ismail, situadas na região fronteiriça entre os dois países. O Exército queniano não revelou se o ataque resultou em fatalidades.
“Nós nos concentramos nessas duas áreas, pois conforme a informação que dispomos, os milicianos vêm de lá para atacar o Quênia”, explicaram fontes militares ao jornal local The Standard. Os ataques ocorrem após as ameaças de represália do presidente queniano, Uhuru Kenyatta, que também declarou três dias de luto oficial, em meio às comemorações da páscoa cristã no país.
As forças de segurança ainda buscam os responsáveis pelo crime e até agora já prenderam cinco pessoas envolvidas no caso. Ontem, o ministério do Interior queniano anunciou que o filho de um chefe de governo do país é um dos autores do atentado de Garissa.
EFE
População lamenta morte de estudantes em massacre durante missas realizadas durante a Páscoa
NULL
NULL
Histórico do conflito
O massacre na universidade é o pior desde o atentado contra a embaixada dos Estados Unidos na capital do Quênia, Nairóbi, que causou 213 mortos, em 1998. Outro ataque de grandes proporções do Al Shabaab aconteceu no shopping West Gate, quando 67 civis foram mortos durante um cerco de quatro dias, também em Nairóbi, em setembro de 2013.
Desde 2011 o Exército queniano realiza ataques aéreos no sul da Somália, com auxílio recente de combatentes da União Africana. Nos últimos dois anos, o grupo islâmico extremista já matou mais de 400 pessoas no Quênia em represália aos bombardeios no país vizinho e segue ameaçando com novos atentados.
Em um comunicado intitulado “enterrando as esperanças do Quênia”, divulgado no último sábado (04/04), o Al Shabaab ameaçou o governo com mais ataques: “enquanto [o governo queniano] persistir em seguir o caminho da opressão, pôr em prática políticas repressivas e continuar com a sistemática perseguição de muçulmanos inocentes, nossos ataques também continuarão”.
A nota segue dizendo que sua mensagem “não será escrita com palavras, mas com o sangue de vossa gente. Cavem seus túmulos e preparem seus caixões desde agora”.
EFE/ arquivo
Em 2013, grupo atacou Westgate, um dos shoppings mais luxuosos de Nairóbi, frequentado por estrangeiros e quenianos mais ricos