Aos 102 anos, Ingeborg Syllm-Rapoport recebeu oficialmente o seu diploma de doutorado na noite de terça-feira (09/06), em Hamburgo, Alemanha. Em 1938, a pediatra fora impedida pelos nazistas de receber o título em virtude de suas origens judaicas.
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Rapoport viveu durante anos nos EUA após perseguições e massacre de nazistas contra judeus
“Isto é um sinal de esperança por um novo espírito humanístico”, declarou Rapoport. “Estou contente que isso tenha acontecido na minha velha cidade de Hamburgo”, acrescentou a médica alemã.
Em comunicado, a clínica universitária de Hamburgo estima que a pediatra seja “provavelmente a mais velha do mundo” a obter este diploma, com 77 anos de atraso.
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Nascida em 1912, Rapoport trabalhava como médica-assistente em um hospital israelita em Hamburgo em 1938, quando redigia sua tese de doutorado sobre difteria. À época, no entanto, ela não pode defender seu trabalho por conta de uma lei racial e antissemita em vigor.
Com a onda de assassinatos em massa e perseguições a judeus no país, a pediatra partiu para os Estados Unidos, onde viveu por décadas. Nos anos 1960 ela voltou à Alemanha, onde vive em Berlim. Recentemente, a universidade de Hamburgo ofereceu a ela uma oportunidade de defender a sua tese para obter, enfim, o título.
“Após quase 80 anos, nós enfim conseguimos restaurar um pouco de justiça, o que nos enche de satisfação”, afirmou o presidente do conselho de administração do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorg à AFP.