O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conseguiu, nesta quarta-feira (02/09), a minoria de senadores necessária para impedir que os republicanos — que são majoritários no Senado — barrem o acordo nuclear fechado entre as potências do grupo 5+1 e o Irã no último mês.
O número foi alcançado com a adesão, nesta quarta, da senadora democrata Barbara Mikulski, de Maryland, que considerou o acordo a melhor forma de “conter as ambições nucleares do Irã”.
Agência Efe
Em discurso na Filadélfia, Kerry disse considerar que acordo com Irã cumprirá objetivos
“Perguntei quais seriam as alternativas eficazes e viáveis se rejeitássemos o acordo. Considerei as alternativas cuidadosamente”, disse Mukulski. “Mas no final, eles não apresentaram uma opção mais viável para o acordo”. As alternativas seriam mais sanções ou ação militar, disse a senadora.
Assim, caso o Congresso vote a favor de uma resolução que desaprove o acordo, Obama fará uso do veto presidencial. E, para que o veto do mandatário seja derrubado, é preciso uma maioria de dois terços no Senado e na Câmara dos Representantes. O voto dos 34 parlamentares, arregimentados por Obama, impediria esse cenário.
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Também nesta quarta, o secretário de Estado, John Kerry, comentou o fato: “Os 34 votos garantem apoio suficiente para que nenhum veto do presidente seja derrubado”, disse. “Mas isso não é o bastante para nós, pois queremos ir mais longe”, concluiu.
O comentário faz referência ao fato de que o governo tem a garantia de que o acordo não será vetado, mas a meta do presidente Obama passa a ser agora conseguir apoio de 41 senadores ao projeto para que os republicanos não consigam desaprovar o acordo, evitando assim o recurso do veto.
Agência Efe
Apesar do acordo nuclear, Irã descarta aproximação com EUA
Até o momento, apenas dois senadores democratas — Chuck Schumer, de Nova York, e Bob Menéndez, de Nova Jersey —, dos 44 que o partido possui, disseram que votarão contra a aprovação do acordo.
Acordo
O acordo entre Irã, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia foi aprovado em 14 de julho e precisa ser votado até 17 de setembro pelo Congresso norte-americano.
A aprovação do acordo com o Irã é um dos principais desafios do segundo mandato de Obama. Tanto que no mês passado, em um longo discurso, Obama alertou o Congresso de que rechaçar o acordo seria o pior erro desde a invasão do Iraque, levando a uma guerra ou à corrida armamentista no Oriente Médio.
Aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o acordo impede que o Irã tenha acesso, nos próximos dez anos, a uma bomba nuclear. O país terá que remover dois terços de centrífugas instaladas e que se livre de 98% do urânio enriquecido que possui.
Para garantir o cumprimento do acordo, o Irã se comprometeu com inspeções rigorosas e, em troca, obterá o levantamento das sanções internacionais impostas ao país.