O acordo entre as potências ocidentais e o Irã foi aprovado, nesta segunda-feira (20/07), por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU. Assim, a comunidade das Nações Unidas autoriza o levantamento da maior parte das sanções impostas ao país persa, uma vez que algumas das medidas incluídas no pacto sejam cumpridas por Teerã.
A adoção do documento permitirá a entrada em vigor em 90 dias do tratado nuclear negociado durante os últimos anos entre Irã, EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha.
Agência Efe
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, e o vice-ministro de Economia alemão, Sigmar Gabriel, se reuniram em Teerã
O texto, acordado na última semana, estabelece que sete resoluções da ONU sobre o Irã deixarão de ser efetivas assim que a Agência Internacional da Energia Atômica verificar que o país cumpriu com certas medidas incluídas no pacto.
O embargo de armas que pesa sobre o país, no entanto, se prolongará durante cinco anos e a proibição será feita com compostos para seu programa de mísseis balísticos durante oito.
Caso o pacto seja descumprido, as sanções voltarão a ser impostas, e poderão ser aplicadas em um prazo de 30 dias.
Irã
Líderes ocidentais fazem agora um esforço para convencer Israel a apoiar a medida. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou anteriormente o acordo de “erro histórico”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, conversou com Netanyahu pelo telefone nesta segunda. O diálogo se dá também em meio ao descontentamento de Israel com a viagem do ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, a Teerã.
A viagem de Gabriel tem como objetivo retomar as relações econômicas da Alemanha com o Irã. O ministro tratou ainda temas como os direitos humanos e o direito à existência de Israel.
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Também com o objetivo de atenuar o descontentamento israelense, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, viajou a Jerusalém neste domingo. Ele se reunirá com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e vários ministros.
A jornalistas, Carter afirmou que o acordo com o Irã prioriza a via diplomática, mas não exclui o uso da força militar para impedir, em última instância, que o país desenvolva uma bomba atômica. A afirmação, entendida como um recado a Israel, provocou reações do Irã. “Parece que essas pessoas não podem entender que a utilização da força para violar os direitos alheios não é uma opção e constitui um método perigoso e ilógico”, afirmou o ministro iraniano de Assuntos Exteriores, Mohammad Zarif.
Agência Efe
Secretário de Defensa dos EUA, Ashton Carter, em conversa com o ministro de Defensa israelense, Moshé Yalón
Carter se reunirá nesta terça com Netanyahu.
Estados Unidos
Em entrevista a meios de comunicação norte-americanos, Netanyahu pediu aos legisladores do país que rechacem o pacto. Segundo ele, o acordo só alimentaria “a máquina do terror iraniano”.
Para ser colocado em prática, o pacto deverá ser aprovado pelo Congresso norte-americano, que tem 60 dias para fazê-lo. Segundo a imprensa internacional, deputados republicanos se movimentam para rechaçar o acordo.
O presidente Barack Obama, no entanto, afirmou que exercerá seu poder de veto caso o Congresso não aprove o acordo.