Na véspera da chegada do papa Francisco a Cuba, o Granma, jornal oficial do Partido Comunista de Cuba, declarou em editorial nesta semana que a presença do pontífice argentino “confirmará o bom estado das relações existentes entre o governo cubano e Santa Sé”, que mantêm lanços há 80 anos.
No sábado (19/09), o líder da Igreja Católica aterrissará na capital, Havana, onde receberá boas-vindas de autoridades do governo e pelo presidente, Raúl Castro. Lá, ele terá reuniões com bispos, sacerdotes e seminaristas, bem como encontros com famílias cubanas.
EFE
População e governo cubano preparam recepção para pontífice
“Escutaremos as palavras de Sua Santidade com respeito e atenção, mostrando que somos um povo educado e nobre que, como digno anfitrião, lhe apresentará sua história, cultura e tradições”, afirma o Granma.
Para o veículo cubano, o pontífice é “engajado no processo de atualização do seu modelo socioeconômico, comprometido na defesa da soberania nacional e em preservar suas conquistas sociais e atingir o maior bem-estar para todos sem exclusões”.
No editorial, o jornal ainda recorda os momentos marcantes das relações entre a ilha e a Igreja Católica. Entre eles, são destacadas a visita do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, à Santa Sé, em 1996, e também as vindas dos pontífices João Paulo II (1998) e Bento XVI (2012).
Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, indicou nesta sexta-feira (18/09) Francisco poderá reunir com Fidel Castro.
EFE
Praça da Revolução, um dos principais pontos de Havana, se organiza para missa de Papa
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Agenda
Após a recepção e as reuniões em Havana, o pontífice conduzirá no domingo (20/09) uma missa matinal na praça da Revolução, ao lado da icônica imagem de Che Guevara.
No dia seguinte, ele se dirigirá para a cidade de Holguin, a mais de 700 quilômetros ao sul de Havana, onde realizará um sermão na praça Calixto García. De lá, o pontífice termina sua viagem em Santiago de Cuba, a segunda cidade mais importante do país.
EUA
Após Cuba, Francisco irá em 22 de setembro para os Estados Unidos, onde visitará Washington, Nova York e Filadélfia. No país vizinho, ele será o primeiro papa a fazer um pronunciamento diante do Congresso norte-americano.
Patrícia Dichtchekenian/Opera Mundi
Papa Francisco fará missa ao lado esquerdo de imagem icônica de Che Guevara em Havana
A visita ocorre meses após o pontífice argentino ser elogiado pelos governos cubano e norte-americano pelo papel no restabelecimento de relações diplomáticas bilaterais. Apesar disso, Francisco constantemente minimiza seu papel, argumentando que a reaproximação partiu de uma “boa vontade” vinda das duas nações.
No início de julho, o papa fez um “tour” por três países da América Latina: Equador, Bolívia e Paraguai. Durante a visita, ele foi presenteado pelo presidente boliviano, Evo Morales, com um crucifixo em forma de foice e martelo e também fez discursos contra o capitalismo e a favor de movimentos sociais latino-americanos.