O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro, repudiou, em nota oficial divulgada nesta terça-feira (24/11), o primeiro discurso de Mauricio Macri após ser eleito presidente da Argentina. Nele, Macri disse que iria invocar a cláusula democrática contra a Venezuela, o que o PSUV disse ser “uma lástima”.
“É uma lástima que um presidente latino-americano inicie um período de governo em franca oposição ao espírito de unidade e integração que alcançou nossa América Latina e o Caribe no século 21″, diz a nota, assinada pelo vice-presidente para Assuntos Internacionais do partido, o economista Rodrigo Cabeza Morales.
Agência Efe
Durante seu discurso, Macri criticou duramente o governo venezuelano
A nota ainda dizia que as declarações de Macri eram “reprováveis e lamentáveis”, e significavam um “ato de ingerência interna nas eleições parlamentares da Venezuela”. Para o PSUV, a atitude do recém-eleito presidente é uma tentativa de separar e dividir os países da América Latina.
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Na segunda-feira (23/11), Macri havia criticado a Venezuela pelo que chamou de abuso de direitos humanos, principalmente no que dizia respeito aos presos políticos do país. Por isso, invocaria a cláusula democrática.
Caso ela seja aplicada, sob o argumento de perseguição a opositores e ataques à liberdade de expressão, e todos os países do Mercosul estejam de acordo, a nação de Maduro pode ser suspensa da organização.
Na noite de domingo (22/11), em um segundo turno inédito no país, Macri (Cambiemos) foi o vencedor de uma das eleições mais acirradas dos últimos anos na Argentina, com 51,40% dos votos, contra 48,60% do seu adversário, o candidato apoiado por Cristina Kirchner, Daniel Scioli (Frente para a Vitória).