Um cessar-fogo de sete dias entre as forças xiitas houthis e o governo do Iêmen foi iniciado nesta terça-feira (15/12), mesmo dia que começaram as negociações de paz mediadas pela ONU na Suíça a respeito da crise que assola o país desde o fim de 2014.
“As consultas mediadas pela ONU que pretendem encontrar uma solução durável para a crise no Iêmen começaram hoje na Suiça. Estas consultas buscam estabelecer um cessar-fogo pemanente e abrangente, assegurar melhorias para a situação humanitária e retornar para uma transição política ordeira e pacífica”, declarou o porta-voz da ONU, Ahmad Fawzi, à imprensa.
Mais de 6.000 pessoas — quase metade civis — morreram no conflito desde que uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelo governo do atual presidente, Abd Rabbu Mansour Hadi, deu início, em março, a uma campanha militar contra os houthis, leais ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh.
Agência Efe
Representantes do presidente iemenita, dos houthis e do partido do ex-presidente Saleh, além de enviado especial da ONU
Representantes do presidente iemenita, dos houthis e do partido do ex-presidente Saleh estão reunidos nos arredores da cidade suíça de Bienna. Os diálogos devem se estender por esta semana. A coalizão liderada pela Arábia Saudita, que não está participando das negociações, afirmou que se reserva o direito de responder a qualquer violação do cessar-fogo.
O objetivo das negociações é encontrar uma maneira de implementar a resolução de abril do Conselho de Segurança exigindo que os houthis deixem a capital iemenita, Sanaa, e outras cidades que tomaram entre 2014 e 2015, equivalente a quase todo o oeste do país.
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Segundo o enviado especial da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, o sucesso do acordo “irá marcar o fim da violência militar no Iêmen e a transição para o progresso baseado em negociações, diálogo e consenso”.
Agência Efe
Militantes houthis em protesto contra os ataques da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita em Sanaa nesta terça-feira
“Conseguir a paz é um requisito fundamental para reconstruir o Iêmen, reabilitar a infraestrutura básica, lidar com as consequências da guerra, providenciar o ambiente necessário para normalizar a vida em todos os estados e resumir a atividade econômica”, disse ele em comunicado.
A situação humanitária no Iêmen, que já era delicada antes do início do conflito, deteriorou severamente nos últimos meses, com mais de 21 milhões de pessoas — quatro-quintos da população — necessitando de auxílio humanitário.