Um míssil inerte norte-americano enviado para a Europa para exercícios de treinamento desapareceu ao tentar ser devolvido para os EUA, em 2014. Meses depois, o material foi achado em Cuba, reportou The Wall Street Journal na quinta-feira (07/01).
Segundo o jornal dos EUA, o incidente foi uma das piores perdas já registradas de tecnologia militar. O míssil Hellfire fora enviado à Espanha para manobras militares da Otan, depois deveria ser devolvido. No entanto, o projétil passou por várias transportadoras e acabou desaparecendo.
Georgia National Guard/FlickCC
Mísseis Hellfire são normalmente lançados por helicópteros
O míssil, que estava desprovido de sua ogiva nuclear, apareceu em junho do mesmo ano em Cuba e o governo dos EUA vem tentando recuperá-lo desde então, principalmente após a reaproximação política entre os dois países, informaram fontes anônimas ao WSJ.
Oficiais dos EUA não acreditam que Cuba vá tentar desmontar o Hellfire para tentar desenvolver armas com uma tecnologia similar. Entretanto, as autoridades norte-americanas temem que os cubanos compartilhem os sensores e tecnologia de rastreamento dentro dele com nações como China, Coreia do Norte e Rússia, diz o jornal.
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As fontes do WSJ disseram que a perda do Hellfire é um dos piores casos que conseguem se lembrar de erros que podem acontecer durante um transporte internacional de tecnologia militar sensível.
Além disso, os oficiais afirmaram ao jornal que é comum esse tipo de tecnologia se perder em trânsito ocasionalmente, mas é praticamente inédito que uma carga do gênero acabe em um país sancionado comercialmente, como é o caso de Cuba.
As autoridades norte-americanas ainda estão tentando determinar se o incidente ocorreu devido a erros ou uma ação criminosa ou de espionagem deliberada.
Antes de chegar a Cuba, os investigadores concluíram que o míssil passou pela Alemanha e pela França, onde foi guardado dentro de um caminhão da Air France, levado ao aeroporto Charles de Gaulle e depois embarcou para o país caribenho em uma aeronave da companhia. O jornal não conseguiu falar com a empresa aérea.
LH Wong/FlickCC
Avião carregado com mísseis anti-tanque Hellfire
O Wall Street Journal também contatou o fabricante do míssil, Lockheed Martin Corp., primeiro a saber da provável localização do produto quando ele desapareceu. A empresa, entretanto, se recusou a comentar sobre o assunto.
Ao contatar oficialmente o governo norte-americano, o porta voz do Departamento de Estado, John Kirby, afirmou ao WSJ que a agência “está restrita, sob lei federal e regulações, de comentar sobre temas que tratem de licenças para a troca de itens de defesa”.
Além disso, a publicação também procurou as embaixadas de Cuba, Espanha, França e Alemanha em Washington. Nenhuma quis comentar o caso.