O Ministério da Defesa de Israel aprovou na última semana a construção de 153 unidades residenciais em assentamentos judaicos na Cisjordânia, quebrando assim um período de dois anos sem a aprovação de novas construções em território palestino ocupado, informou nesta segunda-feira (25/01) o jornal israelense Haaretz.
Os planos de construção, aprovados por um comitê de planejamento responsável pela Cisjordânia, incluem novas unidades residenciais em assentamentos nos arredores de Hebron, além de aprovação retroativa para casas que já existem no assentamento de Rehelim, nos arredores de Nablus.
Authorities' approve new homes in West Bank, marking end of informal building freeze https://t.co/4QytwTdaed pic.twitter.com/fi8ycSNWXe
— Haaretz.com (@haaretzcom) 25 janeiro 2016
Segundo o Haaretz, as aprovações foram liberadas na última semana. Não houve confirmação oficial do governo israelense sobre a questão.
De acordo com o jornal, a medida surpreende porque o governo israelense tem evitado aprovar novas construções na Cisjordânia nos últimos dois anos por medo de irritar os Estados Unidos, que poderiam responder não vetando resoluções contra Israel no Conselho de Segurança da ONU. Os assentamentos judaicos mantidos por Israel em território palestino são considerados ilegais segundo a lei internacional.
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A mudança na política do governo israelense acontece dias após as declarações do embaixador dos EUA em Israel, Dan Shapiro, que criticou os “dois pesos e duas medidas” em relação a cidadãos judeus e árabes-israelenses ou palestinos na Cisjordânia.
“Ataques demais contra palestinos ficam sem uma investigação ou resposta vigorosa das autoridades israelenses”, afirmou Shapiro na última segunda-feira (18/01). “Às vezes parece que há dois padrões para a aplicação da lei: um para israelenses e outro para palestinos.” O embaixador afirmou que o governo dos EUA está “preocupado e perplexo” com a política de assentamentos de Israel, que teria levantado “questionamentos sinceros sobre as intenções de Israel a longo prazo”.
Os planos de construção recém-aprovados incluem 34 novas casas no assentamento de Etz Efraim, 28 em Carmel, ao sul das colinas de Hebron, 60 em Alon Shvut, ao sul de Jerusalém, e 31 em Rehelim, que também recebeu aprovação retroativa para 61 casas que já existem.
Aida Touma-Sliman, membro do Knesset, o Parlamento israelense, questionou a decisão do governo de aprovar novas casas em assentamentos judaicos enquanto intensifica a demolição do que considera “estruturas ilegais” em comunidades árabe-israelenses ou palestinas.
“Em Taibe [cidade árabe] eles destroem casas, nos assentamentos eles constroem”, lamentou a parlamentar. “O governo Netanyahu continua com a política de destruir as casas de seus cidadãos árabes enquanto aprova a construção de casas para colonos que vivem em território ocupado.”