A Procuradoria Geral do Egito acusou oito funcionários do Museu Egípcio, no Cairo, por terem manipulado “de maneira grosseira” a famosa máscara de ouro do faraó Tutancâmon. Eles são acusados de negligência por terem usado métodos impróprios para colar a barba, que teria caído ou sido removida, de volta na máscara, que tem mais de 3 mil anos e é uma das maiores atrações turísticas do país.
Há um ano, autoridades egípcias abriram uma investigação para apurar como a barba do faraó se soltou da máscara e foi colada de volta. Os funcionários do museu deram diferentes versões sobre o que aconteceu, dizendo que ela tinha caído acidentalmente ou que ela tinha sido removida propositalmente. Ela teria sido colada de volta na máscara com cola epóxi (“super cola”).
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A máscara de ouro do faraó Tutancâmon, em exibição no Museu Egípcio, no Cairo
Em comunicado divulgado no último sábado, a Procuradoria declarou que métodos profissionais e científicos foram violados durante a manipulação da máscara de ouro em uma “ação descuidada” que culminou na tentativa de esconder o erro inapropriadamente quatro vezes.
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“Ignorando todos os métodos científicos de restauração, os suspeitos tentaram esconder o crime usando ferramentas afiadas de metal para remover partes da cola que ficaram visíveis, danificando assim a peça de 3 mil anos sem nem um momento de consciência”, declarou a Procuradoria.
Entre os suspeitos estão dois restauradores, quatro especialistas em restauração, a ex-diretora de restauração e a ex-diretora do museu. De acordo com a promotoria, os dois restauradores teriam causado o dano inicial ao transportar o artefato inapropriadamente em agosto de 2014, o que fez com que a barba caísse da máscara.
O Ministério de Antiguidades do Egito admitiu publicamente o dano em janeiro de 2015. Em outubro, uma equipe de restauradores liderada por especialistas alemães reacoplou a barba à máscara adequadamente, e o artefato voltou à exibição pública em dezembro.