O Instituto de Meio Ambiente de Munique anunciou nesta quinta-feira (25/02) que estudos apontaram a presença do herbicida glifosato nas 14 marcas mais populares de cerveja da Alemanha. O nível máximo registrado, de 29,4 microgramas por litro, está cerca de 300 vezes acima do limite legal para a água potável na Alemanha.
Reprodução/YouTube
Encontrado em 14 marcas de cerveja, o glifosato é o principal componente do produto mais vendido da multinacional Monsanto
Em 2016, a Reinheitsgebot (Lei de Pureza da Cerveja) completa 500 anos em vigor no país. Segundo a norma, as cervejas alemãs devem conter apenas água, malte e lúpulo em sua composição.
O glifosato é o principal composto do herbicida Roundup, produto mais vendido da multinacional Monsanto. A substância foi classificada no ano passado pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde, como “provavelmente carcinogênico para humanos”.
NULL
NULL
Neste ano, irá expirar a atual licença que permite a comercialização de glifosato na Europa. A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, já sinalizou que pretende renovar a licença do herbicida por mais 15 anos. O ministro da Agricultura alemão, Christian Schmidt, minimizou a situação e declarou que o governo continuará a permitir o glifosato nas plantações do país. A chanceler alemã, Angela Merkel, não se pronunciou sobre o caso.
Em nota, a associação Brauer-Bund declarou que “um adulto teria de beber cerca de 1.000 litros de cerveja por dia para ingerir quantidades nocivas à saúde”. Assim como a Brauer-Bund, a AB InBev, líder do mercado mundial de cervejas, questionou a validade científica das análises, alegando que foram utilizadas poucas amostras.